Montevidéu - A regulamentação da produção e da venda de maconha em 2013 não aumentou o uso da droga no Uruguai - é o que mostra um estudo realizado pelo Conselho Nacional de Drogas (JND), ligado à presidência da república uruguaia.
O sexto levantamento nacional sobre o consumo de droga em domicílios sugere que 9,3% da população usou maconha nos últimos 12 meses, em comparação a 8,3% em 2011, o menor aumento contabilizado em 14 anos.
Enquanto isso, 6,3% dos uruguaios se declararam usuários regulares de maconha.
De acordo com as conclusões do JND, "o crescimento do consumo responde à tendência que começou em 2001, indicando que a discussão sobre a regulamentação não afetou os padrões de consumo históricos".
O estudo observa que os maiores saltos no consumo ocorreram em 2001-2006, quando a percentagem aumentou de 1,4% para 5,5%, e, em seguida, a 2011, quando subiu para 8,3%.
A pesquisa foi realizada entre agosto e dezembro de 2014, com pessoas entre 15 e 65 anos. A amostra representa quase 60% da população uruguaia.
É a primeira vez que o levantamento considerou as orientações relativas à produção e venda da droga. Assim, 66% dos consumidores disseram ter estado direta ou indiretamente ligados ao tráfico de drogas, enquanto 26% obteve o produto graças ao auto-cultivo.
A lei inédita aprovada no Uruguai em 2013 estabelece que os consumidores podem cultivar suas próprias plantas, com limites estabelecidos, participar de clubes de membros para obter uma quantidade específica por mês ou comprar a maconha fornecida pelas farmácias pertencentes ao Estado - embora essa iniciativa ainda não tenha sido implementada, nem exista prazo para sua execução.
Cerca de 13% dos entrevistados disseram que não usaram qualquer um desses três esquemas para obter o produto legalmente.
Outros resultados revelam que 52,1% dos uruguaios consomem habitualmente álcool, a quem o governo uruguaio declarou guerra, após ter iniciado uma campanha agressiva contra o tabaco.
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1. Sinais de fumaça
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1/9 (Getty Images)
São Paulo - Nessa semana, o presidente uruguaio José Mujica fez história ao
assinar uma lei que criava um mercado legal de
maconha no país. Considerando que a criminalização da droga e o combate ao tráfico são ineficazes, o
Uruguai foi o primeiro país no mundo a legalizar a erva e colocar o controle da produção e venda nas mãos do Estado. Com a decisão, a discussão sobre a cannabis voltou ao centro das atenções - e outros governos já começam a pensar a respeito, indicando que novos mudanças na questão podem vir em um futuro próximo. Recentemente, o site
Weed Blog postou um mapa colaborativo onde pontua, no Google Maps, mais de 40 países que estão, ao menos, discutindo e repensando a questão. Veja a seguir oito países que, depois do Uruguai, estão discutindo a questão da legalização:
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2. Estados Unidos
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2/9 (Ron Wurzer/Getty Images)
Os
Estados Unidos talvez sejam o país que levantam de maneira mais fervorosa a bandeira do combate às drogas - principalmente contra a maconha. Mas as coisas estão mudando lentamente. Desde 1996, cerca do metade dos estados passou a permitir o uso medicinal da erva. Recentemente, o Colorado se tornou o primeiro estado americano a legalizar o uso recreativo, com venda controlada pelo governo. Resultado: mais de 3,5 milhões de dólares arrecadados em impostos. Nova York também passou a permitir o seu uso medicinal e científico.
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3. Holanda
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3/9 (Luis Acosta/AFP)
A
Holanda tem o histórico mais antigo de liberdade em relação à maconha: desde os anos 1970 existem os famosos coffee shops. Apesar de, em 2012, o governo ter tomado medidas no sentido da repressão - fechando coffee shops e restringindo à venda da maconha para os turistas, por exemplo -, cerca de 35 prefeitos estão organizados e pedem a legalização do cultivo da erva pelos holandeses.
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4. Marrocos
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4/9 (Andres Stapff/Reuters)
Até os anos 1950, era legal cultivar maconha no
Marrocos. Agora, com a erva na ilegalidade, apesar do país ser um grande produtor de maconha e haxixe, dois partidos políticos querem a "relegalização" do cultivo para uso médico e industrial.
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5. México
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5/9 (Jonathan Alcorn/Reuters)
O
México não vivencia grandes ondas de pressão pela legalização ou regularização da maconha - mesmo que dezenas de milhares tenham morrido na guerra às drogas nos últimos sete anos. Mas, na capital Cidade do México, foram propostas leis para permitir que certas lojas vendam até 5 gramas da erva. O prefeito da capital apoia a ideia, mas o governo federal desaprova. Ainda assim, pequenas quantidades de maconha e outras drogas foram descriminalizadas em 2009.
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6. Jamaica
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6/9 (Sean Gallup/Getty Images)
Na
Jamaica, até mesmo a posse da erva continua ilegal. Mas, geralmente, o indivíduo é obrigado a passar por reabilitação e pagar uma fiança para não ser preso. Desde os exemplos do Colorado e do Uruguai, muitos ativistas no país estão pressionando o governo para aprovar a descriminalização da cannabis.
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7. Guatemala
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7/9 (Getty Images)
O presidente do país, Otto Perez Molina, já falou na ONU que a guerra às drogas falhou. Ele sabe do que está falando, já que seu país é um ponto estratégico na rota da
cocaína no mundo. Ele anunciou, na ocasião, que a
Guatemala estava estudando o assunto depois de ver exemplos "visionários", como os de Colorado e Washington, nos Estados Unidos.
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8. Brasil
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8/9 (NELSON ALMEIDA/Getty Images)
No Brasil são cada vez mais frequentes as "Marchas da Maconha", que pedem a legalização da droga. O uso pessoal não é considerado crime, sim o transporte e o tráfico da droga. Atualmente, o grande debate é sobre a fragilidade da lei, que não deixa claro quanto de maconha é considerado uso pessoal e quanto já é considerado tráfico. Cabe ao juiz essa decisão, dando margem para subjetivismos e, por consequência, erros. O país tem como principal figura política a favor do "fim da guerra às drogas" o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
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9. Agora veja quem aprova e quem desaprova a erva
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9/9 (David McNew/Getty Images)