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Le Pen aposta em campanha de guerrilha para desestabilizar Macron

A candidata navegou com pescadores,, para posar como protetora dos franceses humildes, contra o homem que ela apresenta como um "jovem dos negócios"

Marine Le Pen: desestabilizar o favorito é a estratégia clara da candidata da extrema-direita. Na quarta-feira, Le Pen acusou Macron de "desprezar" os operários (Robert Pratta/Reuters)

Marine Le Pen: desestabilizar o favorito é a estratégia clara da candidata da extrema-direita. Na quarta-feira, Le Pen acusou Macron de "desprezar" os operários (Robert Pratta/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de abril de 2017 às 15h53.

Em um encontro com pescadores, após se reunir com operários na véspera, a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, faz uma campanha de guerrilha para tentar desestabilizar o favorito do segundo turno da eleição presidencial francesa, Emmanuel Macron.

Ao amanhecer, Le Pen navegou com pescadores de Grau-du-Roi, pequeno porto no sul da França, para posar como protetora dos franceses humildes, contra o homem que ela apresenta como um "jovem dos negócios", "representante da globalização desinibida".

"Ele quer criar uma política ultra-liberal", "uma política de desregulamentação total", "de destruição social", atacou a candidata em uma região pobre onde seu partido, a Frente Nacional (FN), vem crescendo nos últimos anos.

Sua foto sorrindo foi imediatamente publicada em suas contas no Twitter e Facebook, seguidas por cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Le Pen, no entanto, não respondeu à nova estimativa do potencial prejuízo, de quase cinco milhões de euros, causado ao Parlamento Europeu em razão dos salários que foram pagos de forma fraudulenta a assistentes de eurodeputados de seu partido entre 2012 e 2017.

Determinada a desmentir as pesquisas que anunciam sua derrota em 7 de maio, a líder da extrema-direita lançou uma campanha de ataque surpresa no terreno, em regiões que votaram esmagadoramente nela e em seu programa anti-europeu e anti-imigração.

Ela também procura tirar proveito das críticas que surgiram no início da campanha do segundo turno contra o candidato centrista, que foi censurado por parecer considerar sua vitória garantida.

A popularidade do jovem candidato pró-europeu diminuiu ligeiramente (-4 pontos para ele, +4 pontos para sua rival) em uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira de manhã.

Após vencer o primeiro turno com seu movimento "Em Marcha!", criado no ano passado, Macron, que nunca foi eleito, organizou comícios em todas as partes e círculos, de direita, esquerda, empresarial, trabalhista, adotando posições de líderes judeus, muçulmanos e protestantes.

"Le Pen circus"

Desestabilizar o favorito é a estratégia clara de Marine Le Pen. Na quarta-feira, a candidata acusou Macron de "desprezar" os operários.

No mesmo momento e na mesma cidade, Amiens (norte), Emmanuel Macron se reuniu com os trabalhadores de uma fábrica da gigante americana Whirlpool, apresentando-se como o candidato das "propostas responsáveis" contra aquela que faz "uso político" do sofrimento social.

"Madame Le Pen vai à pesca. Bom passeio", comentou Emmanuel Macron em sua conta no Twitter, sobre o evento matinal de sua oponente.

"A liberação da Europa que ela propõe significa o fim da pesca francesa. Pensem nisso", acrescentou.

O secretário-geral de seu movimento, Richard Ferrand, denunciou por sua vez o "Le Pen Circus, que consiste em visitar locais para tirar fotos", valendo-se "da miséria dos outros".

Marine Le Pen realizará à noite seu primeiro grande comício, em Nice, uma região do sudeste onde, mais uma vez, liderou no domingo o primeiro turno.

Macron deve participar de um programa televisivo político no horário nobre.

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