O chanceler russo Serguei Lavrov: "Efetivamente planejo retornar a Lausanne e fazer parte da fase final da reunião ministerial do sexteto" (Yuri Kadobnov/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2015 às 11h18.
Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, voltará nesta terça-feira à cidade suíça de Lausanne para participar do último dia da cúpula nuclear com o Irã, por considerar que há "grandes possibilidades" de êxito.
"Efetivamente planejo retornar a Lausanne e fazer parte da fase final da reunião ministerial do sexteto (Grupo 5+1, formado por Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, além da Alemanha)", disse Lavrov em entrevista coletiva.
"As perspectivas da nova rodada de negociações não são ruins, eu inclusive diria que são boas", acrescentou sobre a reunião na qual as potências tentam conseguir até a meia-noite de hoje um acordo político que ponha fim a 12 anos de conflito sobre o controvertido programa nuclear do Irã.
"Há grandes possibilidades. Seguramente não são de 100%, mas nunca há segurança de 100% que as possibilidades possam ser aproveitadas plenamente", comentou Lavrov.
Antes de viajar para Suíça, o ministro ressaltou que a posição da Rússia é que, logo após alcançar-se um acordo, as sanções do Conselho de Segurança contra Teerã devem ficar sem efeito.
"Considero que no momento em que se chegue a um acordo, devem suspender-se as sanções. Há várias formas, sua anulação total, ou primeiro suspendê-las e depois anulá-las juridicamente, mas o fato é que as sanções devem deixar de ter efeito e não devem dificultar o desenvolvimento do comércio do Irã com seus parceiros", afirmou.
Quanto às sanções unilaterais adotadas por Estados Unidos, União Europeia e alguns países, "nunca as consideramos legais, seja contra o Irã ou contra qualquer outro país".
O chefe da diplomacia russa advertiu que para que as conversas cheguem a um bom termo nenhuma das partes deve colocar exigências de último momento para conseguir vantagens unilaterais.
"Por enquanto, se criou certo equilíbrio e me parece que as perspectivas são muito, muito boas", concluiu.