"Queremos verificar isso, mas não nos permitem", afirmou Lavrov sobre origem do agente nervoso (Alexander Zemlianichenko/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de abril de 2018 às 10h47.
Última atualização em 6 de abril de 2018 às 10h48.
Moscou - O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, negou nesta sexta-feira que o agente nervoso Novichok com o qual foi envenenado o ex-espião Sergei Skripal tenha sido desenvolvido em um laboratório russo como informou o jornal britânico "The Times".
"Isto demonstra mais uma vez que eles (os britânicos) tentam febrilmente todos os dias encontrar novas confirmações de sua posição absolutamente indefensível", disse Lavrov à imprensa em Minsk.
Lavrov respondeu assim às informações do jornal "Times" sobre que o agente nervoso foi produzido em um centro de pesquisa militar na cidade russa de Shijani (região de Saratov).
"Conhecemos este tipo de afirmações de nossos colegas britânicos. Não damos crédito. Queremos verificar isso, mas não nos permitem", garantiu.
O ministro ressaltou que a postura de Londres seguirá sendo "indefensível" enquanto "o Reino Unido não aceitar de maneira aberta e sincera (...) colocar todos os fatos sobre a mesa".
Lavrov destacou que todos os participantes da reunião em Minsk de ministros de Exteriores da pós-soviética Comunidade de Estados Independentes (CEI) apoiaram uma investigação do caso Skripal no âmbito da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Por sua vez, o representante do Kremlin no distrito federal do Volga, Mikhail Babich, garantiu hoje que o laboratório em Shijani nunca armazenou armas químicas.
"Na região de Saratov havia um centro chamado Gorni (onde havia armas químicas), mas em Shijani não", explicou.
Segundo o "The Times", os serviços secretos britânicos localizaram o laboratório russo onde foi fabricado o agente nervoso utilizado para envenenar Skripal e sua filha Yulia na cidade britânica de Salisbury.
O Governo e os serviços de segurança do Reino Unido puderam identificar a fonte deste agente poucos dias depois do ataque aos Skripal, de acordo com fontes de inteligência.
Esta informação foi revelada depois que o laboratório britânico que identificou o agente nervoso como Novichok indicou na terça-feira que não pôde "verificar" a procedência da substância.