Técnica poderá ser solução para regiões castigadas pela seca excessiva (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
São Paulo - Uma tecnologia baseada no laser pode ser a solução para regiões que sofrem com a falta de chuva. Segundo físicos, disparos de rajadas de laser no ar podem desencadear a formação de gotículas e, consequentemente, estimular uma tempestade no futuro.
O cientista Jerome Kasparian, da Universidade de Genebra, na Suíça, e sua equipe de pesquisa buscam, há décadas, uma maneira "amigável" de "semear nuvens" sem comprometer o meio-ambiente. Uma das técnicas mais comuns baseia-se na emissão de partículas de iodeto de prata no ar, conhecida e testada há 50 anos.
Embora esteja envolvido no estudo há décadas, para Kasparian o método atual não é eficiente o bastante, já que substâncias artificiais são emitidas no ambiente. "Ainda há muitas preocupações sobre o quão seguro é esse procedimento", explicou o físico.
A utilização da tecnologia do laser, no entanto, pode servir como um meio alternativo ao método pesquisado pelo especialista suíço. Disparando um feixe de energia através de uma câmera de nuvem atmosférica, um canal de nitrogênio e moléculas de oxigênio ionizado é criado. Esse processo é capaz de causar uma condensação, assim como o que ocorre quando partículas de iodeto de prata são lançadas ao ar.
Kasparian testou o processo em condições reais disparando lasers de alta potência nos céus de Berlim, na Alemanha. Ele percebeu que o grau de umidade no trajeto feito pelo laser foi consideravelmente maior.
Roland Sauerbrey, um físico do Centro de Pesquisa FZD Dresden-Rossendorf, na Alemanha, ficou impressionado com os resultados e disse que essa foi a primeira vez que o laser foi utilizado para causar um processo de condensação em um ambiente externo.
O objetivo dos cientistas, agora, é investigar uma maneira segura de criar a condensação em uma área mais ampla. A expectativa dos estudiosos é que no futuro seja possível causar, de forma artificial, chuvas em locais secos. A pesquisa foi publicada na última edição do periódico Nature Photonics.