Christine Lagarde no Brasil (Agencia Brasil / Antonio Cruz)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h17.
Brasília - A ministra francesa de Finanças e candidata a diretora-gerente do FMI Christine Lagarde iniciou nesta segunda-feira sua campanha por apoio à direção do organismo, prometendo ao Brasil que estenderá reformas para dar mais voz aos países emergentes.
"Se eu for eleita, eu irei garantir a diversidade dos membros em todos os níveis", disse ela a jornalistas, após encontros com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Segundo ela, é óbvio começar sua campanha pelo Brasil, um dos países que tem defendido de forma mais enfática a mudança a da regra informal que determina que a chefia do Fundo Monetário Internacional (FMI) seja sempre ocupada por um europeu.
Num discurso aparentemente feito para seduzir o governo brasileiro, Lagarde afirmou que, se eleita, vai estender as reformas no organismo iniciadas por Dominique Strauss-Kahn, que tinha mandato até 2012, mas renunciou este mês após ser preso nos Estados Unidos por acusação de crime sexual.
Segundo ela, a hipótese de um mandato tampão não foi discutida com Mantega e o governo brasileiro não cobrou dela nenhum compromisso específico.
Mais cedo, Mantega baixou o tom das afirmações feitas recentemente, dizendo que ainda não há um candidato indicado pelos países emergentes para o cargo.
"Vamos aguardar a apresentação dos candidatos e, depois de termos a posição de todos, é que o governo brasileiro tomará posição", disse Mantega.
"O importante é que a instituição continue trajetória de reformas, dando mais peso aos emergentes. O dirigente do FMI deve ser de qualquer nacionalidade, desde que seja competente e comprometido com agenda de reformas", afirmou o ministro.
Tombini defendeu, em nota, a continuidade da agenda de reformas do G20.
Na quarta-feira, Mantega deve receber o candidato mexicano ao cargo, o presidente do Banco Central do país, Augustín Carstens.
O presidente do México, Felipe Calderón, vai conversar por telefone na terça-feira com a presidente Dilma Rousseff e pedirá que ela receba Carstens, disse à Reuters uma fonte do governo brasileiro.
Segundo a fonte, que falou sob a condição de anonimato, Dilma foi orientada por assessores a não receber nenhum dos dois candidatos à chefia do FMI.