Kuczynski: presidente peruano não detalhou a reação de Trump a seu pedido (Guadalupe Pardo/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 10h11.
Lima - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, disse ter pedido ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma conversa telefônica ocorrida no domingo para estudar a deportação do foragido ex-presidente Alejandro Toledo, e agradeceu Israel por concordar em negar a entrada de Toledo em seu território.
O governo Kuczynski acredita que o ex-líder do país andino, que é procurado por sua ligação com um escândalo de corrupção de grande porte, está nos EUA, mas disse que os esforços para capturá-lo no território norte-americano se depararam com obstáculos legais.
Toledo disse no Twitter que não fugiu do Peru, mas que não teve direito a um julgamento justo em um inquérito em andamento a respeito de propinas distribuídas pela empreiteira brasileira Odebrecht.
Kuczynski não detalhou a reação de Trump a seu pedido nem em um comunicado nem em um discurso televisionado que fez sobre a investigação de corrupção que envolveu Toledo, que governou o Peru entre 2001 e 2005, período durante o qual Kuczynski foi ministro das Finanças e primeiro-ministro.
A Casa Branca não mencionou Toledo em uma transcrição da conversa e não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
No final da quinta-feira passada, um juiz peruano emitiu um mandado de prisão internacional para Toledo depois de procuradores o acusarem de receber 20 milhões de dólares de suborno da Odebrecht.
A queda do ex-presidente, outrora louvado como baluarte anticorrupção e pró-democracia no Peru, é parte das repercussões cada vez mais abrangentes do maior escândalo de corrupção a assolar a América Latina.
Mas Washington quer que Lima forneça mais provas da causa provável antes de ordenar a extradição de Toledo dos EUA, disse o ministro do Interior peruano, Carlos Basombrio, à Reuters.
O Departamento de Justiça norte-americano não quis comentar o caso.