As primárias são o primeiro grande termômetro da corrida para a sucessão da atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner (AFP/ Alejandro Amdan)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2015 às 16h48.
Buenos Aires - A Argentina começou oficialmente nesta sexta-feira a campanha para as eleições primárias de 9 de agosto, nas quais serão definidos os candidatos à presidência para o pleitos gerais de outubro, com o kirchnerista Daniel Scioli e o conservador Mauricio Macri como principais nomes.
Cerca de 32 milhões de argentinos, segundo os dados oficiais do censo, terão de escolher nas Primarias Simultâneas Abertas e Obrigatórias (PASO) entre os 13 pré-candidatos de nove partidos ou alianças políticas que disputam a possibilidade de concorrer nas eleições presidenciais argentinas de 25 de outubro.
Este PASO é encarado como o primeiro grande termômetro da corrida para a sucessão da atual presidente Cristina Kirchner, que finalizará em dezembro os dois mandatos consecutivos permitidos pela Constituição.
Segundo as enquetes de intenções de voto, o candidato da kirchnerista Frente para a Vitória (Fpv), Daniel Scioli, atual governador da província de Buenos Aires, parte como favorito na frente de Mauricio Macri, líder do partido conservador Proposta Republicana (Pró) e atual prefeito da capital argentina.
Enquanto o governo concorre com a chapa única de Scioli, com o que as primárias se transformam para ele em um mero medidor do apoio popular, Macri compete com o pré-candidato da União Cívica Radical (UCR), Ernesto Sanz, e a deputada de Coalizão Cívica ARI, Elisa Carrió.
Por terem se apresentado às primárias em coalizão, sob o nome Cambiemos (Mudemos), apenas o candidato mais votado dentre os três disputará as presidenciais, com Macri como claro favorito.
Da mesma forma, o terceiro aspirante presidencial que conta com mais intenções de voto, o peronista dissidente Sergio Massa, líder da Frente Renovadora (FR), medirá forças em agosto com José Manuel de la Sota, governador em fim de mandato da província de Córdoba.
As pesquisas dão relevância menor aos pré-candidatos de outras forças, como Margarita Stolbizer, única aspirante dentro da lista Progressistas, e o ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá (cargo que ocupou no final de 2001, durante sete dias, no meio de uma grave crise econômica e social), candidato pelo Compromisso Federal.
Para poder concorrer às presidenciais de 25 de outubro, a lista mais votada de cada força, inclusive no caso das que apresentam apenas um candidato, deverá somar pelo menos 1,5% dos votos a seu favor.
Simultaneamente ao PASO nacional também serão realizadas as eleições primárias para os governos das província de Buenos Aires (o maior distrito eleitoral do país por agrupar um terço do eleitorado), Catamarca, Entre Ríos, San Luis, Chubut e San Juan.
Além disso, 9 de agosto será a data para eleger o novo governador de Tucumán, já que esta província não realiza primárias prévias.
A Argentina vive um intenso calendário eleitoral em 2015, com seu auge nos pleitos presidenciais de outubro, já que também são renovados os governos da maioria das províncias e vários outros cargos locais.
Nas eleições realizadas até agora, que também serviram para medir a força territorial do governo e da oposição, a Frente para a Vitória só venceu nas província de Salta e de Tierra del Fuego, que não representam porcentagens destacadas do censo eleitoral.
Por outro lado, o socialismo ganhou na província de Santa Fé, terceiro maior distrito eleitoral do país, enquanto a coalizão de radicais e conservadores mostrou sua força em Mendoza, quinta região com mais eleitores.
Os outros dois pleitos gerais realizados até agora também não deixaram bons resultados para o governo, já que em Neuquén venceu o Movimento Popular Neuquino, que governa a província há meio século, e em Río Negro foi reeleito Alberto Weretilneck, um exilado do kirchnerismo.
Por fim, no próximo final de semana será realizado o segundo turno das eleições para a prefeitura da capital argentina, bastião dos conservadores de Macri.