A presidente argentina, Cristina Kirchner: ela também poderá defender a proposta em seu discurso na próxima quarta-feira no plenário das Nações Unidas (Juan Mabromata/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 17h41.
Nações Unidas - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu nesta segunda-feira ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, seu apoio para criar um marco legal internacional para as renegociações de dívida.
O tema da dívida e as denúncias contra os chamados fundos abutre são os pontos centrais das atividades da presidente argentina em Nova York, segundo fontes diplomáticas.
Neste mês, o G-77, que reúne 133 países em desenvolvimento, deu respaldo na ONU a realização de uma convenção internacional para estabelecer um marco regulador que sirva para proteger os processos de reestruturação de dívida dos ataques especulativos.
Cristina também poderá defender a proposta em seu discurso na próxima quarta-feira no plenário das Nações Unidas, onde passarão durante toda a semana governantes de 193 países para falar de política externa e temas nacionais que desejam dar visibilidade internacional.
Espera-se também que a presidente argentina peça a reforma dos organismos multilaterais, uma exigência entre os países emergentes, que consideram a repartição de poder no principal órgão de decisão da ONU não corresponde às mudanças geopolíticas do século XXI.
Cristina se reunirá ainda hoje na sede do consulado argentino com João Felício e Sharan Burrow, presidente e secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), e com líderes sindicais americanos e canadenses.
Mais tarde, a presidente argentina receberá investidor George Soros, que teve uma postura favorável à Argentina em sua batalha contra os fundos abutre nos tribunais dos EUA.
Por ordem do juiz nova-iorquino Thomas Griesa, os fundos correspondentes ao vencimentos dos juros da dívida de junho de 2014 se encontram bloqueados até que o governo argentino acate decisão judicial em favor de outro fundo, que tenta receber da Argentina desde 2001 quando o país declarou moratória.