Cristina Kirchner: além de definir os concorrentes a 24 cadeiras no Senado e 127 na Câmara, de maioria governista, as eleições medirão a popularidade da presidente e o nível de apoio a sua gestão (Michele Tantussi/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2013 às 17h03.
Buenos Aires - A Argentina irá às urnas neste domingo em eleições primárias para escolher os candidatos que disputarão vagas no Senado e na Câmara dos Deputados em outubro, em uma votação que também avaliará o governo da presidente Cristina Kirchner.
Aproximadamente 30 milhões de argentinos foram convocados para participar, pela segunda vez na história do país, de primárias abertas, obrigatórias e simultâneas para todas as forças políticas.
Os eleitores poderão escolher entre uma ou mais listas apresentadas por cada partido ou aliança eleitoral com seus candidatos para os cargos legislativos.
Mas além de definir os concorrentes a 24 cadeiras no Senado e 127 na Câmara, de maioria governista, as eleições medirão a popularidade de Cristina Kirchner e o nível de apoio a sua gestão.
A campanha foi encerrada na sexta-feira e estão proibidas a divulgação de pesquisas e a venda de bebidas alcoólicas.
O principal confronto ocorre na província de Buenos Aires, distrito que concentra 37% dos eleitores do país.
Os adversários que estão na disputa são o governista Martín Insaurralde, da Frente para a Victoria (Fpv), e o ex-chefe de gabinete de Cristina Kirchner e agora oposicionista Sergio Massa, pela Frente Renovador (FR).
As últimas enquetes, divulgadas no fim de semana passado, indicavam que Massa, intendente da cidade turística de Tigre, obteria entre 31,4% e 34,9% dos votos.
Em segundo lugar ficaria Martín Insaurralde, prefeito da cidade de Lomas de Zamora, que teria entre 28,3% e 31,7%, entre 2,2% e 5,5% abaixo de Massa.
Pelo terceiro posto brigam o empresário antikirchnerista Francisco de Narváez e o sindicalista Hugo Moyano, assim como uma aliança de partidos radicais e progressistas.
A província de Buenos Aires, onde poderão votar 11,3 milhões dos argentinos convocados para as primárias, foi cenário em 2009 de uma dura derrota para o governo, que depois recuperou espaço com as eleições presidenciais de 2011, nas quais Cristina Kirchner alcançou a reeleição com 54% dos votos.
Apesar da proibição aos atos de campanha, que vale em todo o país durante 48 horas até o fechamento das urnas, alguns dos principais candidatos utilizaram hoje as redes sociais, como Twitter e Facebook, para pedir votos.
A lei abrange os meios de comunicação digitais e até blogs, mas não regula as redes sociais, segundo explicaram nesta sexta-feira as autoridades eleitorais.
Em função disso, a juiza federal eleitoral María Romilda Servini de Cubría disse que era precisa realizar uma reforma no setor.
'Hoje em dia a internet é mais usada que qualquer meio, sobretudo pelos jovens e às vezes também por pessoas mais velhas', concluiu.
Enquanto os argentinos refletem sobre o voto de amanhã, 40.000 funcionários dos correios começaram a distribuir neste sábado as urnas nos 13.202 centros de votação de todo o país.
A segurança do processo eleitoral será feita por 90.000 membros das forças armadas e de segurança. Além disso, 300.000 fiscais terão como missão garantir a transparência da votação.