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Kiev e rebeldes pró-Rússia retomam contatos com mediação

Partes voltarão a se reunir na próxima sexta-feira para conversar sobre cessar-fogo e troca de prisioneiros.


	Negociações: autoridades da Ucrânia e de movimentos pró-Rússia devem se reunir para negociar paz na região
 (Bloomberg)

Negociações: autoridades da Ucrânia e de movimentos pró-Rússia devem se reunir para negociar paz na região (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 15h47.

Kiev - Representantes do governo de Kiev e os separatistas pró-Rússia reabriram nesta segunda-feira um resquício para a paz no leste da Ucrânia ao voltar a se reunir em Minsk com mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e da Rússia, apesar de manter posturas aparentemente irreconciliáveis.

Após quatro horas de reunião, o vice-primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk, Andrei Purgin, à frente da delegação dos rebeldes, garantiu em entrevista coletiva que as partes voltarão a se reunir na próxima sexta-feira para conversar sobre um cessar-fogo e a troca de prisioneiros.

"Discutiremos períodos e passos possíveis para o cessar-fogo e trataremos a possibilidade de uma troca de prisioneiros (no formato) de "todos por todos"", disse o líder separatista ao fim da reunião.

Após reconhecer que as posturas expostas pelos dois bandos enfrentados no leste da Ucrânia "são naturalmente diferentes", Purgin se focou nas possibilidades de encontrar "pontos comuns suscetíveis de ser negociados" no lugar de ressaltar as diferenças que parecem não ter solução. Momentos antes da reunião, os separatistas publicaram o documento que depois entregaram ao representante do governo de Kiev, o ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma, com exigências às autoridades ucranianas.

Encorajados pelo sucesso da ampla contraofensiva lançada há uma semana contra as tropas ucranianas, os rebeldes exigem à Ucrânia "um status especial", que não a independência, para as regiões de Donetsk e Lugansk. Eles também reivindicam a oficialidade da língua russa nas duas regiões, a autonomia econômica exterior "para aprofundar a integração com a Rússia e com a União Aduaneira (integrada, além disso, por Belarus e Cazaquistão), e a libertação dos milicianos e políticos pró-Rússia detidos durante o conflito".

No encontro de hoje com o senador americano Robert Menéndez, o líder ucraniano reiterou que durante sua visita aos Estados Unidos em meados de setembro, solicitará a Washington que as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk sejam qualificadas como organizações terroristas. No âmbito militar, no qual as tropas ucranianas vêm sofrendo grandes derrotas, Kiev continua denunciando uma crescente participação direta das tropas russas nos combates com as forças ucranianas.

O Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia (CSND) reconheceu hoje a perda do estratégico aeroporto internacional de Lugansk, na região homônima, após manter inexpugnável o recinto durante quase três meses.

"Os militares ucranianos na frente de Lugansk receberam a ordem e recuaram ordenadamente do o aeroporto "Lugansk" e a cidade de Georgievka", lamentou o porta-voz do CSND, Andrei Lysenko.

O presidente ucraniano denunciou a participação direta de unidades russas nos combates contra as tropas ucranianas e pediu apoio ao Ocidente para conter a agressão de Moscou.

Lysenko garantiu hoje que em território das rebeldes regiões de Lugansk e Donetsk combatem pelo menos quatro batalhões táticos do exercito russo, formados por 400 militares cada um e reforçados com artilharia e sistemas de defesa antiaérea.

Por sua vez, o ministro da Defesa ucraniano, Valeri Gueletei, não teve dúvida em denunciar que em território ucraniano lutam "regimentos e divisões" inteiras das Forças Armadas russas.

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