António Guterres, secretário-geral da ONU, em visita à Ucrânia nesta quinta-feira (Sergei SUPINSKY/AFP)
AFP
Publicado em 28 de abril de 2022 às 16h59.
Última atualização em 28 de abril de 2022 às 17h26.
A capital da Ucrânia, Kiev, foi alvo de ataques na noite desta quinta-feira, 28, durante a visita do secretário-geral da ONU, António Guterres, constataram jornalistas da AFP. Correspondentes da France-Presse viram um edifício em chamas na região bombardeada, os primeiros ataques russos contra Kiev desde meados de abril.
"Pela tarde, o inimigo disparou contra Kiev. Dois ataques sobre o distrito de Shevchenkovsky", confirmou o prefeito Vitali Klitschko, ao acrescentar que "as informações sobre vítimas estão sendo levantadas".
Por sua vez, o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, denunciou os ataques como "um ato de barbárie" e assinalou que os mesmos foram realizados com mísseis de cruzeiro. "Ataques com mísseis no centro de Kiev durante a visita oficial de António Guterres", escreveu no Twitter, por sua vez, Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Ontem, [Guterres] estava sentado em uma mesa enorme no Kremlin. Hoje, há explosões sobre sua cabeça", ironizou Podolyak, ao se referir à visita realizada por Guterres, na última terça-feira, a Moscou, onde foi recebido pelo presidente russo, Vladimir Putin.
"Esta é a prova de que precisamos de uma vitória rápida sobre a Rússia e que todo o mundo civilizado deve se unir em torno da Ucrânia. Temos de agir de forma rápida. Mais armas, mais esforços humanitários, mais ajuda", instou o chefe da administração presidencial, Andriy Yermak. Além disso, Yermak pediu que a Rússia seja privada de seu direito de veto no Conselho de Segurança da ONU.
O secretário-geral da ONU chegou nesta quinta-feira à Ucrânia, onde está previsto que ele visite Bucha e Irpin, duas localidades nos subúrbios de Kiev. Os ucranianos acusam as forças russas de cometer crimes contra a população civil nessas localidades.
Guterres se reuniu com o presidente ucraniano e lamentou que o Conselho de Segurança "fracassara" em pôr fim à guerra iniciada em 24 de fevereiro com a invasão russa da Ucrânia.