Aiatolá do Irã, Ali Khamenei: "com certeza aceitaremos qualquer acordo justo e razoável" (Caren Firouz/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2014 às 13h45.
Teerã - O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, expressou nesta quinta-feira seu apoio à extensão das negociações para se conseguir um pacto nuclear "justo" com o G5+1 (China, Rússia, Estados Unidos, Alemanha, França e o Reino Unido),
As partes em negociações concordaram nesta semana em prorrogar por sete meses as conversas sobre o programa nuclear iraniano.
"Não nos opomos à extensão das conversas, pelo mesmo motivo que não nos opusemos às conversas inicialmente. Com certeza aceitaremos qualquer acordo justo e razoável, mas achamos que é o governo dos Estados Unidos que necessita de um acordo e que sofrerá se este não for alcançado", declarou diante de um grupo de milicianos voluntários Basij, segundo seu site oficial.
O líder afirmou que se as conversas "não alcançarem resultados, a República Islâmica do Irã não perderá nada".
Khamenei acusou Washington de "assédio", fazer "demandas exigências excessivas", manter posturas "contraditórias" e "mudar de opinião a cada dia" durante o diálogo nuclear.
O líder lembrou que a principal política de seu país é "enfrentar a arrogância", termo que habitualmente o Irã utiliza para se referir aos EUA e seus aliados.
"Em sessões privadas e em suas cartas falam de uma maneira e em declarações públicas falam diferente", criticou, no que parece ser uma referência a uma carta que o presidente americano, Barack Obama, enviou recentemente para Khamenei, segundo divulgou a imprensa dos EUA.
"Não temos nenhum problema com os americanos. Nosso problema é com o assédio e as demandas excessivas de seu governo", disse.
Segundo o líder, os negociadores americanos são "os mais mal educados", enquanto os britânicos são "os mais astutos".
Khamenei elogiou os negociadores nucleares iranianos, liderados pelo ministro das Relações Exteriores, Mohamad Yavad Zarif, aos quais qualificou de "sérios, apaixonados, fortes, razoáveis e trabalhadores".
Na segunda-feira, após sete dias de longas negociações em Viena (Áustria), o Irã e o G5+1 optaram por estender até julho de 2015 as conversas nucleares, que busca há um ano alcançar um acordo definitivo para por fim a doze anos de crise e sanções por conta do polêmico programa atômico de Teerã.