Brasão americano colocado na embaixada de Havana: a visita do chefe da diplomacia dos Estados Unidos é mais um passo no processo de conciliação dos dois países (Reuters/ Enrique De La Osa)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2015 às 10h47.
Havana - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, chegou nesta sexta-feira ao aeroporto de Havana, onde presidirá a cerimônia de hasteamento da bandeira americana na embaixada, uma visita histórica 54 anos depois de os países romperem relações diplomáticas.
Kerry chegou às 9h (10h em Brasília) a bordo de um avião do Departamento de Estado dos EUA, em que se lia em um dos lados a inscrição "United States of America".
Ao descer do avião, Kerry, vestido com terno azul marinho, usava uma bengala, pois ainda se recupera de um acidente de bicicleta em que quebrou o fêmur em Genebra.
Ele foi recebido pelo encarregado de negócios da embaixada americana em Havana, Jeffrey DeLaurentis, e funcionários da chancelaria cubana.
Kerry é o primeiro-secretário de Estado dos EUA a viajar para Cuba em 70 anos. Ele chegou para a abertura formal da embaixada de seu país, que começou a funcionar formalmente em 20 de julho, oito meses depois do anúncio dos presidentes Barack Obama e Raúl Castro sobre a aproximação bilateral.
A visita do chefe da diplomacia dos Estados Unidos é mais um passo no processo de conciliação dos dois países, e é vista como um episódio simbólico da normalização das relações.
Durante as dez horas que passará em Havana, Kerry terá primeiro um encontro com seu colega suíço, Didier Burkhalter, convidado para a cerimônia em agradecimento à contribuição da Suíça como Estado protetor para a defesa dos interesses de Washington na ilha, após a ruptura bilateral das relações em 1961.
Kerry se reunirá com o cardeal cubano Jaime Ortega, máxima autoridade católica na ilha; com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, com quem dará uma entrevista coletiva; e presidirá duas cerimônias de hasteamento da bandeira americana.
A primeira será a formal na embaixada, que fica no Malecón de Havana, que será assistida pela delegação americana, composta por 20 funcionários e legisladores norte-americanos, e convidados de ambos os países, nenhum deles dissidentes cubanos, que assistirão a um segundo evento privado mais tarde.
Embora volte a Washington na noite de hoje, Kerry deve ter tempo para fazer um passeio por Havana para receber impressões da realidade cubana e escutar quem quiser se aproximar para conversar.