O secretário de Estado americano, John Kerry: "Nosso principal objetivo continua sendo destruir o Estado Islâmico (EI) e também alcançar um pacto político respeito à Síria" (AFP/ Fabrice Coffrini)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 11h58.
Londres - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, anunciou nesta sexta-feira em Londres que espera que as conversas militares entre EUA e Rússia sobre o conflito na Síria comecem "muito em breve".
O chefe da diplomacia americana sustentou ao início de uma visita de três dias ao Reino Unido que esses contatos são "um passo importante" que ajudará a definir as "opções disponíveis" na Síria.
"Nosso principal objetivo continua sendo destruir o Estado Islâmico (EI) e também alcançar um pacto político respeito à Síria, algo que pensamos que não se pode conseguir com a presença a longo prazo do (presidente sírio Bashar al) Assad", afirmou Kerry.
O presidente russo, Vladimir Putin, ressaltou por outro lado esta semana que tem intenção de seguir oferecendo ajuda militar e técnica ao governo sírio para lutar contra os jihadistas, algo os Estados Unidos se mostraram contrários.
Perante essas divergências, Kerry disse hoje que o presidente americano, Barack Obama, "acredita que essas conversas entre militares são um passo importante" para avançar rumo a uma solução no conflito.
"Estamos buscando formas de encontrar um terreno comum" com a Rússia, ressaltou o secretário de Estado, que insistiu em outras ocasiões em que Assad não pode fazer parte da transição política necessária para pôr fim à guerra civil na Síria.
Putin, no entanto, se mostrou partidário de que o regime sírio participe de uma coalizão internacional para combater a ameaça terrorista que representa o Estado Islâmico.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou hoje que a Rússia estudará a possibilidade de enviar tropas à Síria para tomar parte em operações militares contra o EI.
"Se há uma solicitação, então, no marco dos contatos e do diálogo bilaterais, naturalmente será estudado e debatido", disse Peskov.
No entanto, acrescentou que por enquanto que trata-se de algo "hipotético" por isso que "é difícil falar disso".
O conflito vivido na Síria desde março de 2011, quando surgiu uma série de protestos contra o governo de Assad, deixou 220 mil mortos e mais de quatro milhões de refugiados em países vizinhos, assim como 7,6 milhões de deslocados internos, segundo cálculos da ONU.