Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, fala com jornalistas após reunião com o presidente palestino Mahmoud Abbas, na Cisjordânia (Mohamad Torokman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2013 às 17h09.
Amã - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, advertiu Israel nesta quinta-feira que o país pode enfrentar um terceiro levante palestino e aprofundar seu isolamento internacional se falharem as negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos.
Israelenses e palestinos deram avaliações negativas sobre o progresso em suas negociações, que os Estados Unidos ajudaram a retomar, em julho do ano passado, após um hiato de três anos.
Kerry, falando na Jordânia um dia depois de uma visita a Israel, onde pediu limites na construção de assentamentos na Cisjordânia, disse que as negociações tiveram "progressos significativos" em algumas áreas.
Ele afirmou que é importante manter os esforços para atingir um acordo de "status final", abordando as questões no cerne do conflito de décadas.
Em entrevista à rede de televisão israelense Channel 2, gravada em Jerusalém antes de ele embarcar para Amã, Kerry pintou um quadro sombrio do que poderia estar à frente se a paz não for alcançada.
"Israel quer uma terceira Intifada?", perguntou ele, referindo-se ao perigo de um novo levante palestino, depois daqueles que eclodiram em 1987 e 2000.
"Se não encontrarmos o caminho para a paz, haverá um crescente isolamento de Israel, haverá uma campanha crescente de deslegitimação de Israel, que vem ocorrendo em caráter internacional." Kerry se reuniu com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Amã, nesta quinta-feira, antes de voltar a Jerusalém para mais negociações com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, na sexta-feira.
"O primeiro-ministro Netanyahu e o presidente Abbas reafirmaram seu compromisso com as negociações, apesar do fato de que em certos momentos acontecem, obviamente, tensões", disse Kerry.
Os atritos em torno das negociações se intensificaram na última semana por causa dos planos de Israel, anunciados em conjunto com a libertação de 26 prisioneiros palestinos, de estabelecer cerca de 3.500 novas casas para colonos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.