Ken Bone: este eleitor virou uma celebridade do dia para a noite (Jim Bourg / Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2016 às 19h48.
Suéter vermelho, óculos de armação grossa e bigode são sucesso de vendas como fantasia de Halloween, uma demonstração de que o outrora anônimo Ken Bone se tornou o herói dos americanos cansados de uma campanha presidencial marcada pela baixaria.
Este eleitor virou uma celebridade do dia para a noite, após fazer uma pergunta sobre a política energética dos candidatos no segundo debate, celebrado no domingo, interrompendo o virulento combate pessoal travado entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton.
Game recognize game https://t.co/Ktg824cjSP
— Phil Friend (@Phil_Friend) 10 de outubro de 2016
Bone fazia parte de um grupo de eleitores indecisos, escolhidos para fazer perguntas aos candidatos durante o debate na Universidade Washington, em St. Louis (Misssouri, sul).
A pergunta que ele fez não foi desinteressada: ele trabalha em uma usina de carvão e queria saber como cada um dos candidatos manteria postos de trabalho de gente como ele e, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente.
Mas foi sobretudo seu físico robusto e seu tom calmo e educado que tiveram o efeito de um bálsamo para as dezenas de milhões de espectadores que assistiam à uma hora e meia de uma azeda troca de acusações entre Hillary e Trump.
Em poucos minutos, o pai de família de St. Louis se transformou em 'meme' nas redes sociais, personagem de matérias de jornal e personalidade convidada em 'talkshows'.
#KenBoneFacts I only grab women by the heart pic.twitter.com/GaHfaa8EDR
— Ken Bone (@TheKenBone) 10 de outubro de 2016
Seus súbitos seguidores se autodenominam "Boneheads", um jogo de palavras com seu sobrenome, mas que também significa "estúpido" em inglês.
Se isto o incomoda? "É genial. Este é o apelido que dei à minha família há anos", retrucou no programa do comediante Jimmy Kimmel.
https://youtube.com/watch?v=rqchRR1tZvc
E como explica sua repentina notoriedade?
"Acho que é porque sou o típico representante do Meio Oeste", declarou ao Washington Post, em alusão ao imenso território central dos Estados Unidos, associado no imaginário popular a pessoas bondosas e de senso comum.
"Tento ser um cara amigável, dou a mão, sorrio, tudo isso. E o fato de me verem sendo o cara simpático em meio a um debate verdadeiramente desagradável e decisivo, acho que teve um impacto em muita gente", acrescentou.
It's Ken Bone's world and we're just living in it. https://t.co/5FZiczX7Iq pic.twitter.com/SyalOJ2F9w
— GIPHY (@giphy) 11 de outubro de 2016