Propaganda eleitoral no Mali: o ex-primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keita e o ex-ministro Sumaila Cissé foram os candidatos mais votados nas eleições presidenciais de 28 de julho (REUTERS/Joe Penne)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2013 às 19h15.
Bamaco - O ex-primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keita e o ex-ministro Sumaila Cissé foram os candidatos mais votados nas eleições presidenciais de 28 de julho e concorrerão ao posto de líder do país no segundo turno, marcado para o dia 11 de agosto.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo ministro malinês de Administração territorial, coronel Moussa Sinko Culibaly, em entrevista coletiva em Bamaco transmitida pela televisão estatal.
Segundo o coronel Culibaly, Keita, presidente do Reagrupamento por Mali (RPM) e que parte como favorito, alcançou 39,07% dos votos.
Após Keita, Cissé, da União pela República (UPR), obteve 19,44% dos apoios.
Na terceira posição, e portanto fora da corrida eleitoral, ficou o candidato do partido majoritário Adema, Dramane Dembelé, com o 9,59% dos votos.
O ministro de Administração Territorial acrescentou que os 27 candidatos que concorriam ao pleito, os primeiros realizados após o golpe de estado de 22 de março de 2012, têm 48 horas para apresentar reivindicações antes do Tribunal Constitucional certificar definitivamente os resultados.
Em 30 de junho, com 30% dos votos apurados, Coulibali, que cifrou o índice de participação em 51,5 %, anunciou que Keita desfrutava de uma grande vantagem sobre seus adversários e que se a tendência se mantivesse, não seria necessário uma segundo turno.
Os resultados parciais anunciados no começo de semana suscitaram o mal-estar entre os seguidores de Cissé, e seu partido mostrou dúvidas sobre os resultados.
O representante das juventudes da UPR, Madou Diallo, assegurou ontem à Agência Efe que, segundo os dados recolhidos por seus interventores, era "inevitável" um segundo turno.
O Mali se encontra imerso em uma profunda crise política desde o golpe de estado de 22 de março de 2012 que pôs um fim na ordem constitucional.
As autoridades virar a página com estas eleições, cujo principal objetivo é legitimar a transição política.
O país ficou dividido territorialmente entre abril de 2012 e janeiro deste ano, depois que grupos independentistas tuaregue, primeiro, e radicais islâmicos, depois, tomaram o controle das províncias setentrionais malinesas de Gao, Kidal e Timbuktu.