Londres - Kate Middleton, duquesa de Cambridge, o prefeito de Londres Boris Johnson, e o jogador Wayne Rooney figuravam entre os alvos do detetive privado que grampeava telefones para a imprensa britânica, como se divulgou nesta terça-feira no julgamento das escutas.

Na audiência de hoje no tribunal penal de Old Bailey foi explicado ao júri que os três estavam na mira do investigador Glenn Mulcaire, detido em 2006 e que confessou ter grampeado telefones durante anos para veículos da imprensa sensacionalista da Inglaterra.

Quando Mulcaire foi detido, a polícia encontrou em sua casa uma lista manuscrita de "Avaliação dos alvos", que também incluía o ex-treinador da Inglaterra Sven-Goran Eriksson.

Middleton, que se casou com o príncipe William em abril de 2011, teria sido alvo quando ainda era solteira.

O caso das escutas, que foi divulgado pela primeira vez em 2006 como um fato isolado, explodiu de novo com o fechamento em julho de 2011 do jornal sensacionalista de Rupert Murdoch "News of the World" após a detenção de dezenas de seus empregados.

Dois ex-diretores do jornal, Rebekah Brooks e Andy Coulson, ambos do círculo do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, são acusados de autorizar os grampos e os subornos a funcionários públicos.

Brooks e Coulson, que negam as acusações, compareceram com outros seis acusados ao início do julgamento pelas escutas, em 28 de outubro.

Durante a audiência de hoje também se fez referência à perseguição sofrida pelo jogador do Manchester United Wayne Rooney, depois que em 2004 o "Sunday Mirror" publicou que freqüentava prostitutas e teria tido relações com Patricia Tierney, que trabalhava em um centro de massagens.

Em declaração escrita, Tierney garantiu hoje ter "avisado" o jogador, a quem tinha visto no centro com seus colegas outras vezes, para que saísse "antes que o destroçassem e acabassem com sua carreira".

As notas de Mulcaire demonstram que investigava Rooney nessa época e que a senha do jogador era "Stella Artois".

Outra pessoa cujo telefone o detetive rastreou na busca de suculentas exclusivas foi da dublê e amiga de Angelina Jolie, a britânica Eunice Huthart, na época que a atriz americana começou o relacionamento com Brad Pitt.

O telefone de Huthart foi grampeado, a julgar pelas anotações de Mulcaire, quando participava da filmagem de "Sr e Sra Smith" em Los Angeles, em 2005.

O julgamento deve durar até a abril de 2014, e está previsto depor vítimas e policiais envolvidos.