A crise na usina nuclear de Fukushima não deve terminar antes do fim de ano (Divulgação/Tepco)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2011 às 17h59.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, anunciou nesta terça-feira que renuncia a seu salário até que esteja sob controle a crise na usina nuclear de Fukushima, previsivelmente não antes do fim de ano, e considerou necessário revisar a política energética do país.
Após o devastador terremoto e tsunami de 11 de março, Kan falou sobre a necessidade de revisar a política energética do Japão, um país que faz pouco uso de energias renováveis e depende muito da energia nuclear.
"Com relação à energia eólica e solar nosso país está atrasado, portanto vamos abrir caminho neste sentido como estão fazendo outros países ocidentais", disse Kan.
"No que se referente à energia nuclear, vamos estudar maneiras de conseguir um sistema ainda mais seguro", comprometeu-se o premiê, em referência à crise ainda aberta na planta de Fukushima em consequência do desastre.
Kan falou em reforçar o sistema que favoreça a economia energética, além de anunciar a devolução de seu salário como primeiro-ministro até que esteja solucionada a crise nuclear.
Na segunda-feira, a elétrica Chubu Electric Power aceitou paralisar a usina nuclear de Hamaoka por segurança, o que pode complicar o abastecimento energético em todo o Japão.
Kan reiterou que a responsabilidade do acidente recai sobre a operadora da planta de Fukushima, Tokyo Power Electric (TEPCO), e disse que avalia a criação de uma comissão de investigação independente para analisar as causas do acidente.
"Levarei os dados deste acidente à comunidade internacional com o objetivo de contribuir para conseguir uma oferta de energia nuclear mais segura de agora em adiante", explicou Kan.
Ele admitiu na semana passada que a resposta de seu Governo ao terremoto de 11 de março foi "inadequada em vários aspectos" e pediu a seus ministros que compartilhem mais informações para superar a crise.