Eleições americanas: reta final de campanha nos estados-pêndulo com empate nas pesquisas (Saul Loeb/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 20h14.
Nesta segunda-feira, 21, Kamala Harris corteja os republicanos moderados no "cinturão da ferrugem" (rust belt, em inglês), enquanto Donald Trump busca os indecisos em áreas devastadas pelo furacão Helene na Carolina do Norte.
A vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca passará por Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, no leste do país, acompanhada pela ex-congressista republicana Liz Cheney, filha do ex-vice-presidente Dick Cheney (2001-2009) e adversária ferrenha de Trump. [Grifar] Nestas eleições "temos a oportunidade de dizer que vamos rejeitar a crueldade", "a crítica vil e odiosa" e "a misoginia que vimos em Donald Trump e JD Vance", seu companheiro de chapa, afirmou Cheney em um ato eleitoral na Pensilvânia.
O campo democrata elevou o tom das críticas contra o ex-presidente e candidato republicano, a quem acusa de comportamento errático. No último fim de semana, o bilionário deixou muitas pessoas boquiabertas com seus comentários grosseiros, como quando mencionou o órgão sexual "incrível" do finado golfista Arnold Palmer e chamou Kamala Harris de "vice-presidente de merda".
Depois de tentar seduzir os trabalhadores no sábado e fritar batatas em um McDonald's no domingo, o magnata de 78 anos seguiu nesta segunda-feira para a Carolina do Norte. Neste estado devastado pela passagem do furacão Helene, Trump repetiu teorias conspiratórias que acusam o governo do presidente Joe Biden e a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) de redirecionarem os fundos para desastres para trazer migrantes ilegais e impulsionar os votos nos democratas.
"Acredito que é uma vergonha o que aconteceu com a Fema, o que aconteceu com seu esforço de resgate. Seu esforço de resgate foi quase inexistente", disse Trump, ao lado de autoridades locais que não o contradisseram.
Trump voltou a atacar Kamala Harris: "Não acho que ela esteja qualificada para concorrer. Acredito que é uma ameaça para nossa democracia", afirmou. E Kamala não deixou barato: "É um homem pouco sério, mas as consequências caso ele se torne presidente dos Estados Unidos são brutalmente sérias. [Grifar] Há coisas que ele diz que serão objeto de programas de comédia, risos e piadas, mas as palavras têm significado", disse ela na Pensilvânia.
Segundo dados publicados nesta segunda, a equipe de campanha de Kamala gastou 270 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) em setembro, contra 78 milhões de dólares de Trump (R$ 445 milhões). A vice-presidente, que fez 60 anos no domingo, arrecadou mais de 1 bilhão de dólares (R$ 5,7 bilhões) desde que entrou em campanha em julho, após a desistência do presidente Biden, algo nunca visto para um trimestre, segundo o New York Times.
Contudo, ao se olhar as pesquisas, esta vantagem financeira não se traduz em capital eleitoral. As últimas pesquisas para as eleições presidenciais nos sete estados-pêndulo -- Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Carolina do Norte, Arizona, Nevada e Geórgia -- publicadas nesta segunda-feira pelo New York Times continuam indicando uma disputa ombro a ombro entre os dois adversários. O mesmo resultado de outro levantamento realizado pelo Washington Post: 47% têm intenção de votar em Kamala e 47% em Trump.