Mundo

Kalashnikov é sepultado com honras na presença de Putin

Mikhail Kalashnikov, inventor do fuzil AK-47, foi enterrado nesta sexta-feira com honras em um cemitério militar

Oficiais russos carregam o caixão de Mikhail Kalashnikov: três tiros de AK-47 foram disparados ao ar em homenagem ao criador desta arma (Sergei Chirikov/AFP)

Oficiais russos carregam o caixão de Mikhail Kalashnikov: três tiros de AK-47 foram disparados ao ar em homenagem ao criador desta arma (Sergei Chirikov/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2013 às 12h54.

Moscou - O inventor do famoso fuzil de assalto soviético AK-47, Mikhail Kalashnikov, morto na segunda-feira aos 94 anos, foi enterrado nesta sexta-feira com honras em um cemitério militar nas proximidades de Moscou na presença do presidente russo Vladimir Putin.

O presidente russo colocou um ramo de rosas vermelhas aos pés do caixão do homem que inventou a arma automática mais difundida no mundo.

Guardas de honra permaneceram próximo ao caixão, coberto com a bandeira nacional do país, ao longo da cerimônia, segundo um fotógrafo da AFP.

Três tiros de AK-47 foram disparados ao ar em homenagem ao criador desta arma automática, utilizada tanto por exércitos regulares como guerrilhas.

Mikhail Kalashnikov morreu na segunda-feira após uma longa doença em Ijevsk, capital de Udmurtia, a 1.300 km a leste de Moscou, onde está localizada a fábrica de armas que leva seu nome.

Cerca de 60.000 pessoas, entre elas, o vice primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozine, prestaram homenagem em Ijevsk antes que seu corpo fosse transportado para Moscou.

O ministro russo de Defesa, Sergei Choigou, o chefe da administração presidencial, Sergei Ivanov, e vários outros responsáveis militares e civis assistiram a cerimônia no memorial militar de Mytishchi, um panteão para homens ilustres russos, em particular militares.

"Seu nome se transformou em um símbolo da confiança e da glória do exército russo", declarou Choigou em uma mensagem de pêsames enviada aos familiares de Kalachnikov.


Já o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, lamentou em um comunicado a perda de um "extraordinário especialista das armas, o idealizador de uma arma de assalto lendária que ocupa uma posição dominante no mercado mundial há décadas".

Lugar emblemático para os militares

Mikhail Kalashnikov é a primeira pessoa a ser enterrada neste vasto complexo construído sobre um prédio de 53 hectares, que inclui um cemitério e um museu militar.

"É um cemitério memorial único no mundo (...) onde descansarão os melhores de nossos compatriotas", disse antes da cerimônia o vice-ministro de Defesa, Nikolai Pankov, citado pela agência pública Ria-Novosti.

Até o momento, só os restos de um soldado desconhecido morto durante a Segunda Guerra Mundial foram enterrados neste local emblemático para os militares russos.

Nascido no dia 10 de novembro de 1919, em um pequeno povoado da Sibéria, Kalachnikov foi hospitalizado em várias ocasiões nos últimos meses.

Em novembro, teve que ser submetido a cuidados intensivos em uma clínica de Ijevsk após sofrer um desmaio.

Desde 2012, MiKhail Kalashnikov já não trabalhava por problemas de saúde, sobretudo, cardíacos.

Um dos russos mais conhecidos no mundo e um dos mais condecorados em seu país, sempre se mostrou orgulhoso do AK-47 (acrônimo de Avtomat Kalachnikova 1947).

O fuzil AK-47 se transformou no símbolo da luta armada pela independência e decora muitas bandeiras, entre elas a de Moçambique e a do movimento xiita Hezbollah.

Kalashnikov começou a desenhar este arma que se transformou em sinônimo de morte em 1947, quando se recuperava de um ferimento da Segunda Guerra Mundial.

Logo o fuzil teve múltiplos modelos e começou a ser vendido aos milhões no mundo todo.

Alguns especialistas calculam em 100 milhões de unidades vendidas do fuzil AK-47 em todo o mundo, mas a cifra real é difícil de verificar já que uma grande quantidade dessas armas é produzida sem licença.

Kalashnikov jamais cobrou direitos pela venda dos milhões de fuzis que levam seu nome, utilizados pelos exércitos de mais de 80 países.

Acompanhe tudo sobre:ArmasIndústriaIndústria de armasPolíticosVladimir Putin

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos