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Kagame se reelege em Ruanda com cerca de 98% dos votos

Com 80% das cédulas apuradas, Kagame, que comanda o país desde o genocídio de 1994, soma 5,4 milhões de votos

Kagame: a comissão estima que 97% dos 6,9 milhões de eleitores tenham votado nestas eleições (Pascal Lauener/Reuters)

Kagame: a comissão estima que 97% dos 6,9 milhões de eleitores tenham votado nestas eleições (Pascal Lauener/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de agosto de 2017 às 21h57.

O presidente de Ruanda, Paul Kagame, foi reeleito para um terceiro mandato após obter cerca de 98% dos votos, segundo os resultados parciais divulgados pela comissão eleitoral.

Com 80% das cédulas apuradas, Kagame, que comanda o país desde o genocídio de 1994, soma 5,4 milhões de votos, muito além da metade mais um necessários para a reeleição.

A comissão estima que 97% dos 6,9 milhões de eleitores tenham votado nestas eleições.

"Acho que neste nível, vamos ter os mesmos resultados amanhã (sábado de manhã). Não vai haver uma mudança quando tivermos apurado os 100% dos votos", declarou o presidente da Comissão Eleitoral, Kalisa Mbanda.

Segundo estes resultados parciais, o candidato independente Philippe Mpayimana obteve 0,72% dos votos e Frank Habineza, dirigente da única formação opositora tolerada em Ruanda, o Partido Democrático Verde, 0,45%.

Kagame é o líder de facto de Ruanda desde que o FPR depôs, em julho de 1994, o governo extremista hutu, que desencadeou o genocídio que causou a morte de 800.000 pessoas, sobretudo membros da minoria tutsi.

Primeiro foi vice-presidente e ministro da Defesa, dirigindo o país nas sombras, antes de o Parlamento nomeá-lo presidente no ano 2000. Em 2003 e 2010, foi reeleito pelos ruandeses com mais de 90% dos votos.

O presidente é considerado o principal artífice do espetacular desenvolvimento econômico debilitado após o genocídio, mas grupos defensores dos direitos humanos o acusam de não respeitar a liberdade de expressão e de reprimir qualquer tipo de oposição.

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