Denúncias falam de centenas de mulheres atacadas em algumas áreas na Líbia, que é palco de uma forte revolta intern (Joseph Eid/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2011 às 22h28.
Nova York - Investigadores têm provas de que o líder líbio, Muamar Kadhafi, ordenou estupros em massa e comprou contêineres de drogas sexuais para que as tropas atacassem mulheres, afirmou o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno-Ocampo.
Moreno-Ocampo afirmou que poderá pedir que seja imputada a Kadhafi uma nova acusação, de estupro em massa, de acordo com as provas arrecadadas. O procurador do TPI aguarda uma decisão dos juízes nas vésperas de entrar com uma ação com acusações de crimes de lesa-humanidade contra o líder líbio.
"Agora estamos recebendo informação de que Kadhafi em pessoa decidiu realizar estupros e isso é novo", disse Moreno-Ocampo a jornalistas.
Completou que existiam denúncias de centenas de mulheres atacadas em algumas áreas na Líbia, que é palco de uma forte revolta interna.
O procurador assegurou que existe evidência de que autoridades líbias compraram remédios "do tipo Viagra", que foram entregues às tropas como parte de uma política oficial de estupros.
"Compraram contêineres para aumentar as possibilidades de estuprar mulheres", completou.
"Tivemos dúvidas no início, mas agora estamos mais convencidos de que [Kadhafi] decidiu castigar [mulheres] mediante estupros", afirmou o advogado. "É algo terrível, além dos limites, eu diria", enfatizou.
O regime de Kadhafi não era anteriormente conhecido por empregar estupros como uma arma contra opositores políticos. "O estupro é uma nova característica de sua repressão", apontou. "Agora estamos confirmando que houve uma política de estupros na Líbia", declarou.