Kadafi: anunciada tomada de Sirte pelos revolucionários neste domingo foi impedida pelo desdobramento do poderio bélico de Kadafi (AFP/Arquivo Filippo Monteforte)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2011 às 10h13.
Cairo - As tropas de Muammar Kadafi retomaram o controle de Ras Lanuf, embora alguns milicianos ainda resistam, segundo informou o correspondente da emissora "Al Jazeera".
A força aérea leal a Kadafi lançou um contra-ataque neste domingo e após obrigar os rebeldes que avançavam sobre a cidade de Sirte a recuar, varreu a resistência miliciana e retomou o controle deste porto, tomado pelos rebeldes na sexta-feira.
A perda é muito importante para os revolucionários, pois Ras Lanuf conta com dois aeródromos e era uma possível base do avanço rebelde em direção ao oeste, frustrado neste domingo.
O correspondente explicou que os milicianos continuavam disparando, mas ressaltou o caráter desorganizado de sua resistência dentro da cidade.
Simultaneamente, e mais a oeste, as brigadas de Kadafi lançaram outra ofensiva, desta vez terrestre, para tomar Misrata, em poder dos rebeldes desde o início da revolta e situada entre Trípoli e Sirte, segundo a "Al Jazeera".
Um morador da cidade relatou que os ataques eram mais violentos do que na tentativa anterior lançada pelo leste da cidade, e que estavam mais organizados, com apoio de blindados e perpetrados por dois pontos diferentes da cidade, o leste e o sul, causando muitas baixas.
A anunciada tomada de Sirte pelos revolucionários neste domingo foi impedida pelo desdobramento do poderio bélico de Kadafi, que repeliu milicianos com alta moral de combate e pouco treinamento, o que os deixa em desvantagem frente à superioridade aérea inimiga.
Em Zawiya, um morador que não quis revelar seu nome disse à "Al Jazeera" que os ataques haviam começado neste domingo pelo terceiro dia consecutivo, e que as forças de Kadafi contavam com carros de combate que disparavam nas casas da cidade.
Por outro lado, segundo o morador citado pela "Al Jazeera", os milicianos haviam conseguido prender sete agressores, dois deles de Mali e um terceiro do Chade.