Mundo

Kadafi reaparece na TV e declara: “morte ou vitória”

Ditador disse que retirada de tropas de quartel-general foi ‘estratégica’

Kadafi madou duas mensagens públicas em menos de 24 horas de conflito na capital (Mahmud Turkia/AFP)

Kadafi madou duas mensagens públicas em menos de 24 horas de conflito na capital (Mahmud Turkia/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às 22h16.

São Paulo - Desaparecido desde que os rebeldes tomaram o quartel-general de Bab Al-Aziziyah, em Trípoli, o ditador líbio Muamar Kadafi reapareceu nesta terça-feira. “Morte ou vitória” contra os rebeldes, declarou o tirano, em um pronunciamento a uma rádio de Trípoli transmitido pela TV al-Orouba. O ditador ainda classificou a invasão ao seu complexo residencial como uma “agressão” - e disse que a retirada de suas tropas do local foi “estratégica”, segundo informações da agência Reuters.

“Nós estamos resistindo com todas as nossas forças... Ou venceremos, ou nos tornaremos mártires, se Deus quiser”, disse Kadaf à rádio local. O coronel ainda teria confirmado 64 ataques aéreos da Otan contra seu complexo residencial e prometido uma declaração ao povo líbio através da estação de rádio.

Ameaças - Em entrevista à mesma emissora de TV que transmitiu a mensagem de Kadafi, o porta-voz do regime líbio, Moussa Ibrahim, ameaçou transformar o país em um “vulcão fervente com fogo sob os pés dos invasores”. Ibrahim também disse que 80% de Trípoli estaria sob o controle do governo e que 6 500 “voluntários” invadiram a capital nas últimas seis horas e se espalharam pelo local. O porta-voz ainda tentou justificar a retirada do quartel-general Bab Al-Aziziyah, dizendo que o local “não servia mais a um propósito militar ou estratégico”.

De acordo com correspondentes da agência Reuters, ouvia-se tiroteios no centro de Trípoli na noite desta terça-feira, e também aconteciam saques. Nos últimos três dias, os combates entre as tropas leais a Kadafi e os rebeldes deixaram mais de 400 mortos e 2 000 feridos, segundo o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Moustapha Abdeljalil, embora os números sobre mortos na Líbia sejam conflitantes. No último final de semana, por exemplo, foi divulgado que entre sábado e domingo cerca de 1 700 pessoas teriam morrido.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDitaduraLíbiaMuammar KadafiPolíticos

Mais de Mundo

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições

Zelensky quer que guerra contra Rússia acabe em 2025 por 'meios diplomáticos'

Macron espera que Milei se una a 'consenso internacional' antes da reunião de cúpula do G20

Biden e Xi Jinping se reúnem antes do temido retorno de Trump