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Kadafi ameaça rebeldes e diz que morrerá 'como um mártir'

Ditador avisou que poderá atacar os manifestantes de maneira semelhante aos massacres da Praça Celestial, na China, e em Fallujah, no Iraque

Imagem do canal estatal líbio do discurso do ditador Muammar Kadafi (AFP)

Imagem do canal estatal líbio do discurso do ditador Muammar Kadafi (AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 19h44.

Trípoli- O dirigente líbio Muammar Kadafi ameaçou nesta terça-feira os rebeldes com uma resposta similar à usada em Tiananmen (a repressão na Praça Celestial, na China, em 1889) e de Fallujah (no Iraque), onde as tropas americanas teriam usado armas incendiárias de fósforo branco.

No pronunciamento ao vivo na TV estatal líbia, Kadafi apresentou-se vestido com uma túnica marrom, ordenando às forças de segurança acabarem com os protestos, advertindo os rebeldes de que correm o risco de uma resposta como a da Praça Tiananmen e de Fallujah - dois notórios massacres.

Também disse que os manifestantes estão sujeitos à pena de morte.

Para se ter uma ideia do fósforo branco, segundo descrição do cientista de Fallujah, Mohamad Tareq al-Deraji, que fundou em 2004 um "centro de estudos para os direitos humanos", na cidade rebelde, "uma chuva de fogo se abateu sobre o povo. As pessoas atingidas por essas substâncias de diversas cores começaram a queimar. Encontramos corpos com ferimentos estranhos. Seus corpos estavam queimados, mas suas roupas estavam intactas", relatou na ocasião.

O ditador Muamar Kadafi, que enfrenta uma onda de protestos sem precedentes, duramente reprimida, também anunciou nesta terça-feira, em discurso transmitido ao vivo pela televisão estatal, que permanecerá na Líbia "como chefe da revolução", porque não tem motivos para renunciar.

"Muamar Kadafi é o líder da revolução, Muamar Kadafi não tem nenhum posto oficial ao qual renunciar. Ele é o líder da revolução para sempre", afirmou o ditador, de 68 anos, no poder há mais de 40, em pronunciamento aparentemente improvisado.

"Este é meu país, meu país", gritou Kadafi, enquanto agitava os braços e apontava o dedo para o alto.

"Morrerei como um mártir na terra de meus ancestrais", afirmou.

"Lutarei até a última gota de meu sangue", afirmou ainda, acrescentando que ordenou ao exército e à polícia controlarem a situação no país.

"Capturem os ratos. Tirem-nos de suas casas e acabem com eles, onde quer que estejam", afirmou ainda.

No entender de Kadafi, os manifestantes armados são passíveis da pena de morte.

Kadafi também convocou seus partidários a se manifestarem na quarta-feira:

"O povo líbio está comigo", sentenciou.

Na noite de segunda-feira, Kadafi já havia se mostrado decidido a permanecer no poder, horas depois de suas forças de segurança terem protagonizado os mais violentos momentos da repressão contra os protestos para exigir sua renúncia.

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