Mundo

Justiça turca autorizou espionagem de milhões de e-mails

Objetivo é lutar contra organizações ilegais, como guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão ou grupos de extrema esquerda


	Turquia: dados não seriam usados como provas, somente como material de inteligência
 (Russavia/Creative Commons)

Turquia: dados não seriam usados como provas, somente como material de inteligência (Russavia/Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 08h11.

Viena - Um tribunal de Istambul aprovou em 2009 uma solicitação da polícia para espionar as consultas na internet e o e-mail de milhões de pessoas dentro de uma operação antiterrorista, publicou nesta quarta-feira o jornal "Hürriyet".

O jornal reproduziu a solicitação de um ex-chefe policial ao Tribunal Criminal número 13 de Istambul em que ele pede o acesso ao tráfego e às contas de correio de todos os moradores da região do Mar da Mármara, incluída Istambul, um universo de 18 milhões de pessoas.

O argumento do pedido era a necessidade de lutar contra organizações ilegais, como a guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão e vários grupos de extrema esquerda ou islamitas considerados terroristas.

A polícia também pediu autorização para controlar a identidade de pessoas com contas de e-mail fora da Turquia.

O pedido indicava que os dados recolhidos não seriam usados como provas em um possível julgamento, somente como material de inteligência.

O tribunal autorizou a campanha de espionagem durante três meses baseando-se na necessidade de acessar a informação para prevenir atos terroristas, segundo um documento publicado pelo "Hürriyet".

A documentação faz parte de um recente relatório sobre a envolvimento de comandantes policiais na campanha de escutas telefônicas e espionagem, inclusive de dirigentes políticos, que estourou nos últimos meses.

O escândalo explodiu por causa do enfrentamento entre o movimento religioso Gülen e o governo conservador turco, aliados durante anos e agora abertamente inimigos.

O governo turco acusa Gülen de usar sua influência no judiciário e na polícia para montar um Estado paralelo e organizar um complô contra ele.

Várias gravações em que parecia se ouvir o primeiro- ministro, Recep Tayyip Erdogan, em conversas comprometedoras vazaram nos últimos meses.

O governo destituiu ou mudou de posto centenas de policiais, juízes e promotores ligados a Gülen. EFE

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaAtaques terroristasEspionagemEuropaInternetTerrorismoTerroristasTurquia

Mais de Mundo

Agenda do G20 no Brasil entra na reta final; veja o que será debatido entre os líderes globais

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social