Silvio Berlusconi: ex-premiê nega as acusações e se diz perseguido por magistrados de esquerda (Yara Nardi/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2014 às 11h18.
Milão - O recurso de Silvio Berlusconi contra a sua condenação por abuso de autoridade e por pagar para ter relações sexuais com uma menor de idade começou a ser julgado nesta sexta-feira, em uma nova batalha judicial que pode limitar bastante as atividades políticas do ex-premiê italiano.
Berlusconi foi condenado no ano passado por pagar para ter relações sexuais com a ex-dançarina de boate Kharima El Mahroug, mais conhecida pelo nome artístico de “Ruby, a Ladra de Corações”, quando ela tinha menos de 18 anos. Ele também foi condenado por abusar de sua autoridade para conseguir que ela fosse solta pela polícia, quando sob custódia por acusação de roubo.
O ex-primeiro-ministro, ainda o político mais influente da centro-direita italiana, foi condenado a sete anos de prisão e proibido de exercer mandato público. Ele só vai cumprir a pena de prisão se a sua condenação for confirmada, e o processo de recursos, finalizado. O julgamento que começou nesta sexta é a primeira parte deste processo.
A sentença final pode ter implicações para a vida política de Berlusconi. Ele recebeu no ano passado uma condenação definitiva por fraude fiscal e perdeu o seu assento no Parlamento. O político foi condenado a quatro anos de prisão, mas a pena foi convertida para serviços comunitários, com base em uma anistia geral, deixando-o praticamente livre para fazer campanha eleitoral e ter um papel político.
No entanto, uma segunda condenação definitiva violaria os termos da anistia e poderia obrigar Berlusconi a cumprir a sua pena em prisão domiciliar.
Berlusconi nega as acusações e se diz perseguido por magistrados de esquerda por razões políticas.
Ruby nega haver tido relações sexuais com Berlusconi e o defendeu numa entrevista publicada nesta sexta-feira num jornal italiano.
“A verdade é que Berlusconi me respeitou muito mais do que qualquer outro homem que eu conheci em boate”, afirmou ela. “Eles lhe deram sete anos por nada.”