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Justiça tentou em vão interrogar Bergoglio por padre morto

"Certamente, este Papa não é uma grande figura da defesa dos direitos humanos, pelo contrário", afirmou Sylvia Caillard, magistrada do Tribunal de Grande Instância de Paris


	Papa Francisco quando era cardeal: a instrução da juíza Caillard sobre os dois assassinatos segue em curso, mas pode sofrer um arquivamento devido às condenações pronunciadas na Argentina.
 (AFP)

Papa Francisco quando era cardeal: a instrução da juíza Caillard sobre os dois assassinatos segue em curso, mas pode sofrer um arquivamento devido às condenações pronunciadas na Argentina. (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 15h04.

Paris - Uma juíza francesa pediu em 2011 uma audiência com o cardeal Bergoglio, eleito Papa na quarta-feira, no âmbito da investigação sobre o homicídio de um padre francês em 1976, durante a ditadura argentina, mas Buenos Aires nunca respondeu favoravelmente, afirmou nesta quinta-feira a advogada da família do sacerdote.

Sylvia Caillard, magistrada do Tribunal de Grande Instância de Paris, enviou uma comissão rogatória internacional a Buenos Aires para que o cardeal depusesse como testemunha na investigação sobre a morte do sacerdote francês Gabriel Longueville, indicou à AFP a advogada da família dele, Sophie Thonon.

"As autoridades argentinas não responderam positivamente à comissão rogatória em relação a Bergoglio", acrescentou.

Na época, Thonon considerou essa audiência necessária a fim de que o arcebispo de Buenos Aires fornecesse esclarecimentos à juíza sobre a eventual existência de arquivos sobre o caso.

"Certamente, este Papa não é uma grande figura da defesa dos direitos humanos, pelo contrário, é suspeito de não ter denunciado os crimes da ditadura, de não ter pedido explicações e, portanto, com seu silêncio, de ter acobertado estes atos", considerou a advogada.

Padre da paróquia de El Chamical, província de La Rioja (noroeste), Gabriel Longueville foi sequestrado junto com seu vigário Carlos Murias no dia 17 de julho de 1976. Os corpos de ambos foram encontrados no dia seguinte crivados de balas e com marcas de tortura.

Dois ex-militares e um ex-policial argentinos foram condenados em dezembro passado por esses assassinatos.

"A justiça argentina está fazendo um trabalho excepcional sobre os crimes cometidos durante a ditadura", disse Thonon.

A instrução da juíza Caillard sobre os dois assassinatos segue em curso, mas pode sofrer um arquivamento devido às condenações pronunciadas na Argentina.

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