Assange pediu permissão para rever a decisão de extradição de 2022 assinada pelo Reino Unido (Carl Court/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 26 de março de 2024 às 08h19.
Última atualização em 26 de março de 2024 às 08h26.
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, teve sua extradição para os Estados Unidos adiada após o Supremo Tribunal de Londres sinalizar que lhe permitiria recorrer do caso.
O tribunal britânico deu ao governo dos EUA um prazo de três semanas para fornecer uma série de garantias em torno dos direitos de Assange a respeito da Primeira Emenda e de que ele não enfrentaria a pena de morte. Se os EUA não dessem estas garantias, Assange teria permissão para recorrer da extradição.
Numa audiência de dois dias no mês passado, Assange pediu permissão para rever a decisão de extradição de 2022 assinada pelo Reino Unido.
Preso no Reino Unido desde 2019, Assange já foi condenado à extradição para os EUA no Reino Unido em 2021. Seus advogados disseram que o caso em motivações políticas.
Em 2019, o Departamento de Justiça dos EUA descreveu os vazamentos como "um dos maiores contendo informações confidenciais na história dos EUA".
Ele foi acusado por 18 crimes, incluindo conspiração para invadir bancos de dados militares com o objetivo de conseguir informações confidenciais. Se condenado, seus advogados dizem que ele pode pegar até 175 anos de prisão. O governo dos EUA, porém, afirma que uma sentença entre quatro e seis anos é mais provável.
Segundo informações da BBC, sua vida em tribunais não começou agora. Em 1995, ele foi multado por crimes cibernéticos em uma Corte da Austrália, seu país natal, e só evitou a prisão porque prometeu não cometer infrações novamente.
Em 2006 ele fundou o WikiLeaks. O projeto afirma ter publicado mais de dez milhões de documentos, incluindo relatórios oficiais confidenciais relacionados a guerras, espionagem e corrupção.
Em 2010, o site divulgou um vídeo de um helicóptero militar dos EUA que mostrava 18 civis sendo mortos na capital do Iraque, Bagdá. Foi um terremoto político à época.
Também publicou milhares de documentos confidenciais fornecidos Chelsea Manning, ex-analista de inteligência do Exército dos EUA.
Os arquivos indicavam que militares dos EUA tinham matado centenas de civis em incidentes não relatados durante a guerra no Afeganistão.