Ronen Bar, chefe do Shin Bet, em cerimônia no Monte Herzl, Jerusalém (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 21 de março de 2025 às 10h02.
Última atualização em 21 de março de 2025 às 10h09.
Após o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovar a destituição do diretor da agência de segurança interna de Israel (Shin Bet), Ronen Bar, o Supremo Tribunal de Justiça do país anunciou que estava suspendendo a demissão de Bar até que uma audiência sobre o caso fosse realizada. A decisão, emitida nesta sexta-feira, ocorre após diversas organizações entrarem com petições no tribunal, publicou o jornal israelense Haaretz.
“O governo aprovou por unanimidade a proposta do premier de encerrar o mandato do chefe do Shin Bet, Ronen Bar”, disse o gabinete do primeiro-ministro em um comunicado na sexta-feira. “Ronen Bar encerrará seu papel como chefe do Shin Bet em 10 de abril, ou quando um chefe permanente do Shin Bet for nomeado – o que ocorrer primeiro”.
Esta é a primeira vez na História de Israel que o governo tenta afastar um diretor do Shin Bet do cargo antes do fim do mandato regulamentar de cinco anos. Em uma declaração em vídeo divulgada no último domingo, Netanyahu disse que sua “desconfiança contínua” de Bar levou à mudança.
"Em todos os momentos, mas especialmente em uma guerra existencial, o primeiro-ministro deve ter total confiança no chefe do Shin Bet", disse Netanyahu.
Netanyahu acrescentou que remover Bar seria necessário para atingir os objetivos de guerra de Israel em Gaza e "prevenir o próximo desastre". O primeiro-ministro criticou frequentemente a agência, colocando a culpa em seus líderes pelas falhas de segurança que levaram aos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.
A investida de Netanyahu contra Bar, contrariando uma recomendação da Procuradoria-Geral de Israel, ocorre no momento em que o governo decidiu retomar a guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e tenta avançar com um movimento mais amplo de concentrar poderes no Executivo.
Netanyahu recentemente acusou Bar de ser o responsável por uma "campanha de ameaças e vazamentos na mídia" para impedi-lo de tomar "decisões necessárias para redirecionar" a agência. A moção de convocação do Gabinete menciona diretamente uma "persistente desconfiança pessoal e profissional" entre o premier e o chefe da Inteligência.