Ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt: Ríos Montt foi condenado por 15 massacres atribuídos ao Exército que causaram a morte de morte 1.771 índios maias-ixiles no departamento de Quiché. (Johan Ordóñez/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2013 às 16h15.
Brasília – A Corte de Constitucionalidade da Guatemala promove hoje (16) audiência para examinar os recursos que tentam reduzir a pena de 80 anos de prisão para o ex-presidente Efraín Ríos Montt, de 86 anos, que responde por crimes contra a humanidade e de genocídio. O ex-presidente da Guatemala foi o primeiro dirigente de regime militar condenado por genocídio na América Latina.
O secretário-geral do Tribunal, Martín Guzmán, confirmou que a Corte vai analisar os recursos encaminhados pela defesa do ex-presidente. Os advogados de Ríos Montt impetraram quatro recursos com o objetivo de reverter a sentença de 50 anos de prisão e 30 anos por crimes de lesa-humanidade. Segundo os advogados, a sentença não poderia ser proferida, pois existem pendências à espera de julgamento.
Na audiência do dia 10, em que foi anunciada a sentença, Ríos Montt passou mal e desmaiou. Segundo o advogado dele, Francisco García Gudiel, Ríos Montt apresentou problemas de hipertensão. Ele está sob observação médica. Inicialmente, a previsão é que o ex-presidente fique internado por três dias.
Ríos Montt foi condenado por 15 massacres atribuídos ao Exército que causaram a morte de morte 1.771 índios maias-ixiles no departamento de Quiché (no Norte da Guatemala). A guerra civil na Guatemala durou 36 anos – 1960 a 1996 – e provocou 200 mil mortos e desaparecidos, segundo as Nações Unidas.