Mundo

Justiça da Geórgia ordena prisão preventiva de ex-presidente

O tribunal tomou essa decisão durante a madrugada depois de uma longa sessão


	Ele foi acusado por abuso de poder
 (Mustafa Ozer/AFP)

Ele foi acusado por abuso de poder (Mustafa Ozer/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2014 às 08h13.

Tbilisi - O Tribunal Municipal de Tbilisi, a capital da Geórgia, ordenou neste sábado a prisão preventiva do ex-presidente Mikhail Saakashvili, que foi acusado esta semana de abuso de poder, um crime punido nesse país com até oito anos de reclusão.

Com isso, a Corte, que também ordenou a prisão dos ex-ministros da Justiça, Zurab Adeishvili, e Defesa, David Kezerashvili, deu seguimento ao pedido remetido pela Procuradoria Geral do país.

O tribunal tomou essa decisão durante a madrugada depois de uma longuíssima sessão e os advogados de defesa adiantaram que vão recorrer.

Agora, segundo a imprensa local, a promotoria poderia declarar uma ordem de busca e apreensão contra Saakashvili e os dois ministros por seus respectivos papéis na repressão violenta das manifestações pacíficas de oposição ao governo do ex-presidente no dia 7 de novembro de 2007.

O ex-primeiro-ministro Ivane Merabishvili e o ex-prefeito de Tbilisi, Georgui Ugulava, já se encontram sob custódia policial por essas e outras acusações.

Saakashvili, que deixou a presidência há menos de um ano depois de comandar o governo por uma década, assegurou que não participará do que chamou de farsa jurídica, alegando que as acusações contra ele têm motivação política.

O ex-presidente da Geórgia foi o principal aliado dos Estados Unidos no Cáucaso e inimigo ferrenho do governo russo. Saakashvili deixou o país no final do ano passado para fazer estudos universitários nos EUA.

Assim que as novas autoridades assumiram o poder, anteciparam que acionariam Saakashvili judicialmente por diversos motivos, entre eles o seu papel na guerra contra a Rússia pelo controle da república separatista da Ossétia do Sul, em agosto de 2008.

Após essa guerra, a Geórgia rompeu relações diplomáticas com a Rússia, que reconheceu a independência dos territórios da Ossétia do Sul e Abkházia. O novo governo georgiano vem tentando normalizar suas relações com Moscou.

EUA e União Europeia exigiram esta semana que o governo em Tbilisi respeite a 'legalidade' e pediram 'transparência' no processo judicial, além de terem expressado 'preocupação' pelas acusações criminais apresentadas contra Saakashvili.

A Justiça 'não deve ser utilizada como uma ferramenta de vingança política', garantiu um porta-voz americano. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaGeórgia (país)PolíticaPrisões

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru