Fillon: o candidato foi formalmente acusado por desvio, apropriação indevida de recursos públicos e por não ter declarado empréstimo de 50 mil euros de empresário (Christian Hartmann/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de março de 2017 às 18h13.
Paris - A Justiça da França decidiu ampliar o caso contra o candidato conservador à presidência do país, François Fillon, para investigá-lo pelas acusações de falsificação e uso de documentos falsos, indicou nesta terça-feira o jornal "Le Monde".
O jornal afirmou em seu site que os investigadores encontraram na Assembleia Nacional documentos que permitem suspeitar que o ex-primeiro-ministro pode ter usado informações falsas para justificar os salários da esposa, Penelope, contratada por ele como assistente parlamentar.
Fillon foi formalmente acusado por desvio, apropriação indevida de recursos públicos e por não ter declarado à Autoridade para a Transparência da Vida Pública um empréstimo de 50 mil euros concedido pelo empresário Marc Ladreit de Lacharrière.
Após uma primeira operação na Assembleia Nacional no último dia 31 de janeiro, a decisão de ampliar a investigação foi tomada na quinta-feira passada após novas buscas realizadas no local.
Os agentes, segundo o "Le Monde", encontraram folhas assinadas por Penelope com cálculos sobre as horas trabalhadas. Os investigadores questionam se os documentos falsificados posteriormente para justificar os pagamentos.
O "Le Monde" também afirma que o semanário "Le Canard Enchainé" divulgará, em sua edição de amanhã, que o Fillon e a esposa assinaram uma declaração falsa que certificava à Assembleia Nacional que a esposa do candidato não trabalhava mais de 30 horas por mês na revista "La Revue des Deux Mondes", propriedade de Lacharrière.
Entre 1º de julho de 2012 e 30 de novembro de 2013, Penelope Fillon era contratada tanto pela Assembleia Nacional como na revista literária. A esposa do candidato irá prestar depoimento na próxima terça-feira e também pode ser acusada no caso.
O escândalo envolvendo Fillon ganhou um novo capítulo hoje. O mesmo "Le Canard Enchainé" revelou que o ex-primeiro-ministro cobrou US$ 50 mil para organizar reuniões entre um milionário libanês com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o diretor-executivo da companhia petrolífera Total, Patrick Pouyanné.