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Justiça contesta versão do PT sobre filiação de Atella

O documento confirma que Antonio Carlos Atella possui registro de filiação ao PT com data de 20 de outubro de 2003, na 217ª Zona Eleitoral de Mauá

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

São Paulo - Uma certidão expedida hoje pelo cartório da 183ª Zona Eleitoral de Ribeirão Pires (SP) contesta a versão do PT de que o registro de filiação de Antonio Carlos Atella Ferreira não tenha sido oficializado por um erro de grafia do nome do contador. O documento, assinado pela chefe do cartório, Fabiana Mendes, confirma que Atella possui registro de filiação ao PT com data de 20 de outubro de 2003, na 217ª Zona Eleitoral de Mauá.

Atella é o falso procurador responsável pela quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do presidenciável José Serra (PSDB). No sábado, 4, o presidente estadual do PT, Edinho Silva, alegou que a filiação de Atella deixou de ser efetivada pela Justiça Eleitoral por um erro no sobrenome do contador, que constaria no pedido de registro como "Atelka".

Na certidão, a chefe do cartório discrimina que no dia 10 de abril de 2006 o contador transferiu seu título de Mauá para a zona eleitoral de Ribeirão Pires. A Justiça Eleitoral informa que, desde então, o PT foi comunicado sobre a mudança, que não foi atualizada na lista de filiados da sigla. O descompasso nos dados fez com que o nome do contador fosse colocado em um banco de erros e, posteriomente, em 21 de novembro de 2009, tivesse sua anotação de filiação excluída.

A assessoria do TRE-SP informou que a exclusão da anotação não acarreta a desfiliação, que só pode ser realizada pelo partido. Na certidão expedida hoje, a chefe do cartório de Ribeirão Pires ressalta que não há nenhum pedido de desfiliação de Atella nos arquivos da unidade eleitoral. A Justiça Eleitoral informou ainda que tal solicitação também não consta na 217ª Zona Eleitoral de Mauá.

Sem militância
Hoje, em entrevista, o presidente estadual do PT manteve a versão de que a filiação do contador nunca se consumou no partido. Edinho admitiu que o processo de filiação de Atella foi feito dentro do PT e disse que o partido tentou regularizar a situação dele, mas que o TRE-SP o excluiu por "inconsistência de informações".

"O PT admite que a filiação entrou, que a encaminhou, que tentou regularizar a situação dele como filiado, mas ela nunca foi consumada, pois ele nunca procurou o PT, nunca mostrou efetivamente vontade de ser militante", disse. "Não há registros que tenha participado de atividade e nunca compareceu ao Processo de Eleições Diretas (PED) do PT, o resto é celeuma", acrescentou Edinho.

Edinho também manteve a informação de que o diretório municipal do PT em Mauá foi notificado pela Justiça Eleitoral para que o sobrenome "Atella", que teria sido grafado erroneamente, fosse corrigido. "O PT recebeu a notificação com o nome errado e por diversas vezes pediu que ele fosse ao diretório de Mauá para corrigi-lo, o que nunca aconteceu", afirmou.

Eleições
O presidente do PT paulista afirmou ainda não aceitar o uso desse episódio pelos adversários como uma tentativa de atribuir ao partido e à candidatura de Dilma Rousseff (PT) a quebra de sigilo fiscal de qualquer cidadão.

"Defendemos que a Polícia Federal apure esse episódio para que venham à tona os interesses envolvidos em tudo isso", afirmou. Edinho evitou novos ataques ao candidato de oposição José Serra (PSDB), pai de Verônica Serra, o qual afirmou que quebras de sigilo estão no DNA do PT. "O PT tem de fugir desse tipo de provocação", afirmou.

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