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Justiça confirma que site deve retirar gravações de Sarkozy

Tribunal condenou conselheiro de Sarkozy que gravou conversas e ordenou que conteúdo seja retirado de site


	Nicolas Sarkozy: trata-se de uma pequena vitória judicial do ex-presidente francês
 (Martin Bureau/AFP)

Nicolas Sarkozy: trata-se de uma pequena vitória judicial do ex-presidente francês (Martin Bureau/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 13h07.

Paris - O Tribunal de Apelação de Paris condenou nesta quinta-feira Patrick Buisson, conselheiro de Nicolas Sarkozy quando era presidente da França, a indenizar o ex-líder e sua esposa, Carla Bruni, por ter gravado conversas sem o consentimento do casal, além de ordenar sua retirada do site que as publicou.

A sentença, que impõe ao ex-assessor um pagamento de 10 mil euros, terá previsivelmente um efeito dissuasório para quem tinha a intenção de publicar o resto das gravações, pois supõe que Buisson gravou em segredo e sem permissão centenas de horas de conversas de Sarkozy e de seu entorno.

Trata-se de uma pequena vitória judicial do ex-presidente, imerso em várias instruções judiciais e acusado há dois dias por "corrupção" ativa, em outra investigação sobre o suposto tráfico de influência.

O Tribunal de Grande Instância de Paris, em procedimento de urgência, já tinha dado a razão a Sarkozy no mesmo caso no mês de março, decisão da qual apelaram Buisson e o site "Atlantico".

O primeiro nega ter filtrado as gravações, que supostamente foram roubadas, enquanto o site considera que respeitou o direito à privacidade do casal Sarkozy-Bruni ao publicar apenas uma dezena de minutos das várias horas de gravações disponíveis e excluir fragmentos de caráter pessoal.

Ambos também tentaram se apoiar no direito à informação, pois entendem que esses extratos ilustram o sistema de gravações de Buisson, um próximo assessor do conservador Sarkozy especialista em pesquisas e opinião pública com um passado de extrema direita, que traiu a confiança do político ao qual aconselhava.

Buisson disse que realizou as gravações para evitar tomar notas das reuniões nas quais participava, embora reconheceu que não informava aos presentes que suas palavras ficavam registradas em um gravador.

O publicado até agora é, na realidade, bastante banal e politicamente pouco comprometedor para Sarkozy.

Nada a ver com as gravações ilegais, as efetuadas por ordem judicial validaram uma acusação por corrupção pela qual Sarkozy pode enfrentar uma pena máxima de dez anos de prisão.

Trata-se de conversas dos telefones de Sarkozy nos últimos meses por ordem dos juízes que averiguam um possível financiamento de sua campanha com o dinheiro do já morto líder líbio Muammar Kadafi.

Os investigadores descobriram que Sarkozy e seu advogado -também acusado- supostamente intercambiavam favores com altos magistrados em troca que de filtragem de informação sobre os avanços nas instruções que ameaçam o ex-presidente.

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