O presidente boliviano, Evo Morales: militar estaria em complô para derrubá-lo (Joel Alvarez/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2011 às 18h19.
La Paz - Um juiz boliviano ordenou a prisão do general Gary Prado Salmón, responsável pela captura do revolucionário argentino Ernesto Che Guevara em 1967, acusado de participar de um complô contra o presidente Evo Morales em 2009, informou nesta quarta-feira à Agência Efe Gary Prado Arauz, filho e advogado do militar.
A sentença foi emitida pelo juiz Rolando Sarmiento, que considerou Prado Salmón um "rebelde" por não comparecer às audiências do caso, que começaram nesta semana no departamento de Cochabamba (centro da Bolívia). O militar mora no departamento de Santa Cruz (leste)
O caso veio à tona em 2009 com uma polêmica operação policial em Santa Cruz, que culminou na morte do húngaro-croata-boliviano Eduardo Rózsa, suposto chefe da trama - junto a um romeno e um irlandês -, e com a prisão do húngaro Elöd Tóaso e do boliviano-croata Mario Tadic.
Prado Arauz afirmou à Efe que, desde 2009, os médicos certificaram que seu pai não pode viajar para cidades com uma altitude superior a 2 mil metros porque sofre de problemas cardíacos. Por isso, ele estaria arriscando a vida ao se deslocar para Cochabamba, a 2.558 metros acima do nível do mar.
"Querem trazê-lo à força. Será sob a responsabilidade do Governo", disse o filho e advogado, que acompanha o julgamento que possui 39 réus, entre eles alguns empresários e líderes políticos de oposição.
Gary Prado Salmón capturou Che Guevara em outubro de 1967, quando o revolucionário tentou, sem sucesso, implantar um foco guerrilheiro na Bolívia e acabou morrendo. Desde 1981, o militar vive numa cadeira de rodas por causa de um tiro supostamente acidental dado por outro oficial durante uma operação.
Desde 2009, por causa da denúncia sobre o suposto complô contra Morales, Prado Salmón vive em prisão domiciliar.