Julio De Vido: o ex-ministro foi preso por fraudes ao Estado (Marcos Brindicci/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 18h11.
Buenos Aires - A Justiça da Argentina ordenou nesta terça-feira a prisão do ex-ministro do Planejamento Julio de Vido por fraudes ao Estado, embora o atual deputado nacional não possa ser preso até que o Congresso retire seu foro parlamentar.
O pedido acontece cinco dias antes de eleições legislativas que irão marcar o retorno político da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, a chefe de De Vido que governou o país sul-americano de 2007 a 2015 com duros controles sobre a economia.
"Sua liberdade (de De Vido) constitui um risco para o processo em curso, seu encarceramento resulta na única alternativa viável para garantir o êxito desta investigação", segundo a decisão judicial.
A investigação da Justiça se centra na mina patagônica de Rio Turbio, que segundo a denúncia produz muito menos carvão do que previsto, apesar de receber investimentos multimilionários do governo argentino.
Em julho, houve uma tentativa de vários blocos do Congresso para retirar o foro de De Vido, mas a iniciativa não conseguiu reunir apoio suficiente de deputados e acabou sendo frustrada.
Conseguir a remoção da proteção que deputados possuem é algo muito incomum na Argentina.
Cristina, que abandonou neste ano o peronismo, é a principal opositora ao presidente liberal Mauricio Macri, embora pesquisas indiquem que no próximo domingo pode perder por poucos pontos a eleição ao Senado pela província de Buenos Aires para o candidato governista.
A Reuters tentou entrar em contato com o deputado De Vido mas não obteve respostas.