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Justiça americana acusa Harvard de discriminar descendentes de asiáticos

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos investiga Harvard por possíveis violações de direitos civis, causados por sua política de ação afirmativa

Universidade de Harvard 
 18/6/2018   REUTERS/Brian Snyder (Brian Snyder/Reuters)

Universidade de Harvard 18/6/2018 REUTERS/Brian Snyder (Brian Snyder/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2018 às 17h27.

Boston - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apoiou nesta quinta-feira uma ação civil que acusa a Universidade de Harvard de discriminar candidatos asiático-norte-americanos, endossando um caso que pode impactar o uso de processos seletivos universitários com base na raça.

O departamento, que está investigando possíveis violações de direitos civis em Harvard por causa de sua política de ação afirmativa, apresentou seu argumento em documentos registrados em um tribunal federal de Boston, onde o caso deve ir a julgamento em outubro.

O Departamento de Justiça sustentou que Harvard não conseguiu provar que seu uso da raça como fator para decidir quais estudantes admite não resultou em uma discriminação ilegal de asiático-norte-americanos.

Ao invés disso, a pasta disse que os indícios presentes na ação civil dos Estudante pelas Admissões Justas mostraram que o processo seletivo de Harvard "desfavorece significativamente" esse grupo quando comparado com outros.

"Nenhum americano deveria ser rejeitado em uma escola por causa de sua raça", disse o secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, em um comunicado.

A escola sediada em Cambridge, no Massachusetts, disse em um comunicado que está "profundamente decepcionada" com a ação do departamento e que defenderá o direito das faculdades de considerar a raça um fator decisório.

Apoiadores de Harvard, como a União Americana pelas Liberdades Civis, repudiaram a decisão do governo do presidente Donald Trump de intervir no caso, e alguns classificaram a posição do departamento como um ataque aos esforços para promover a diversidade nos campi.

A Suprema Corte determinou que as universidades podem usar a ação afirmativa para ajudar candidatos de minorias a ingressarem. Conservadores disseram que tais programas podem prejudicar brancos e asiático-norte-americanos.

Em 2016 a alta instância rejeitou um questionamento de um programa da Universidade do Texas criado para aumentar o número de alunos de minorias, que foi apresentado por uma mulher branca.

Depois que o republicano Trump tomou posse no ano passado, o Departamento de Justiça começou a investigar se as diretrizes de Harvard são discriminatórias por limitarem o ingresso de asiático-norte-americanos.

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