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Justiça alemã condena guarda nazista a cinco anos de prisão

As mortes pelas quais Hanning foi processado correspondem ao período em que serviu nesse campo de extermínio nazista da Polônia ocupada quando tinha 23 anos


	Reinhold Hanning: a defesa de Hanning solicitou sua absolvição, com o argumento de nem torturou e nem participou diretamente dos assassinatos
 (Bernd Thissen / Reuters)

Reinhold Hanning: a defesa de Hanning solicitou sua absolvição, com o argumento de nem torturou e nem participou diretamente dos assassinatos (Bernd Thissen / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 10h34.

Detmold - O membro das SS de Hitler Reinhold Hanning, de 94 anos, foi condenado nesta sexta-feira a cinco anos de prisão no julgamento aberto contra ele na Audiência de Detmond (centro) por cumplicidade no extermínio de 170 mil presos de Auschwitz.

As mortes pelas quais Hanning foi processado correspondem ao período em que serviu nesse campo de extermínio nazista da Polônia ocupada, entre janeiro de 1943 e junho de 1944, quando tinha 23 anos.

A Procuradoria tinha pedido seis anos de prisão a Hanning, por considerar que em sua qualidade de guarda de Auschwitz era plenamente consciente e cúmplice dos assassinatos ali cometidos.

A defesa de Hanning solicitou sua absolvição, com o argumento de nem torturou e nem participou diretamente desses assassinatos, além de que não há constância de que servisse na "rampa da morte" ou na seleção de presos destinados às câmaras de gás.

Ao longo do julgamento, o próprio Hanning, que compareceu em uma cadeira de rodas, expressou sua vergonha e arrependimento por ter visto "o mal" passar perante seus olhos, sem ter tratado de evitá-lo.

Nascido em dezembro de 1921, Hanning ingressou primeiro nas Juventudes Hitleristas, depois combateu na França e depois na Ucrânia, até que ficou ferido e se debilitou para voltar à frente.

Assim, seu destino foi Auschwitz e, já após a Capitulação do Terceiro Reich, passou uma temporada em um campo de prisioneiros aliado, para depois refazer sua vida como um cidadão normal.

Estima-se que no mais mortal campo nazista, foram assassinadas 1,1 milhão de pessoas, em sua maioria judeus, mas também homossexuais, ciganos e comunistas, incluídos mulheres, crianças e idosos.

O julgamento faz parte de uma série de processos tardios impulsionados pela Alemanha por causa do caso do ucraniano John Demjanjuk, que foi extraditado desde EUA em 2009 e julgado por cumplicidade em 28 mil assassinatos em Sobibor.

Demjanjuk foi condenado em 2011 a cinco anos de prisão e morreu dez meses depois em um asilo de idosos, mas seu caso criou jurisprudência e possibilitou a abertura de outros por cumplicidade nos crimes nazistas.

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