Calais: ao todo, 11 associações apresentaram recurso para interromper o despejo do campo (Charles Platiau/Reuters)
Luísa Granato
Publicado em 18 de outubro de 2016 às 16h16.
Paris - O Tribunal Administrativo de Lille, cidade ao norte da França, validou nesta terça-feira a desmontagem já prevista do acampamento conhecido como a "Selva de Calais", onde milhares de imigrantes vivem à espera de conseguir chegar de forma clandestina ao Reino Unido.
Ao todo, 11 associações apresentaram recurso para interromper o despejo do campo, mas a corte deu razão ao Executivo ao entender que o desmantelamento procura exatamente acabar com o "tratamento desumano e degradante" que as ONG temem que aconteça quando a desocupação começar.
Após saber da decisão judicial, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou na Assembleia Nacional que as operações vão começar "em questão de dias", sem confirmar se a data escolhida é na próxima segunda- feira, 24, como ventila a mídia francesa.
Ele prometeu que tudo será feito "em condições dignas" e que se os imigrantes serão enviados a centros de amparo "antes do período invernal".
Em comunicado, tanto Cazeneuve quanto a ministra de Habitação, Emmanuelle Cosse, se mostraram satisfeitos com a resolução judicial e lembraram há um ano mais de 6 mil adultos que permaneciam em Calais foram transferidos aos chamados Centros de Amparo e Orientação.
Do mesmo modo, explicaram que "as negociações com o governo do Reino Unido permitiram fazer à mudança de menores, que vai continuar e a ser aplicada".
Segundo ONGs que trabalham em Calais, é precisamente o tema dos menores desacompanhados, com familiares em muitos casos no Reino Unido, o que impediu até hoje lançar o processo de desmantelamento.