Mundo

Júri acusa formalmente Strauss-Kahn por abuso sexual

Segundo o advogado do francês, objetivo do ex-diretor do FMI é "é limpar seu nome"

Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor do FMI, sentado com seu advogado no tribunal em Nova York (Getty Images)

Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor do FMI, sentado com seu advogado no tribunal em Nova York (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 18h01.

Nova York - O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn foi acusado nesta quinta-feira formalmente por um júri por abuso sexual e tentativa de estupro de uma mulher de 32 anos.

A promotoria de Nova York alegou no tribunal que as provas são "suficientemente sólidas" para proceder a acusação formal.

Strauss-Kahn, chamado também DSK pela imprensa francesa, foi acusado na segunda-feira pela promotoria de Nova York de sete acusações por diversas acusações de abusos sexuais e tentativa de violação com uma camareira do hotel no qual se hospedava.

Quando William Taylor, um dos advogados do acusado pediu que se concedesse a liberdade através de uma fiança de US$ 1 milhão, o promotor nova-iorquino negou a solicitação.

A defesa do já ex-diretor do FMI, liderada pelo advogado Benjamin Brafman, questionou a acusação da promotoria de Nova York e Taylor confirmou que "há uma acusação formal e dizem que as acusações são claras, embora não as vimos".

Na mesma tarde, Brafman acrescentou que seu cliente, que apareceu vestido com traje e camisa claras, barbeado e com bom aspecto, tem "um único interesse (que) é limpar seu nome".

"Este homem tem direito a ser posto em liberdade", disse o defensor de Strauss-Kahn, que propôs também que cumpra prisão domiciliar em um apartamento que sua esposa já alugou em Manhattan, a jornalista franco-americana, Anne Sinclair.

Na sala do tribunal estavam junto a DSK, Anne Sinclair, recém-chegada de Paris para assistir ao julgamento e que dava a mão a uma de suas filhas, Camille, que também assistiu ao julgamento junto a seu marido.

Todos estavam visivelmente afetados pelo escândalo que reuniu dentro e fora do edifício da corte a centenas de jornalistas, câmeras de televisão e fotógrafos de todo o mundo.

Sobre a possibilidade suscitada pela promotoria que Strauss-Kahn fuja dos Estados Unidos, um país com o qual França não tem tratado de extradição, Taylor indicou que seu cliente "não gostaria de fugir do país e ficar perante os olhos de todos como um agressor sexual, porque ele não é".

DSK, que foi detido no sábado no aeroporto nova-iorquino John F. Kennedy quando se encontrava em um avião que devia partir à Europa, concordou em entregar seus documentos de viagem das Nações Unidas para que as autoridades se assegurem que não poderá sair do país.

O pedido da defesa para conseguir sua saída em liberdade pagando uma fiança inclui diversos aspectos que não se contemplaram na segunda-feira, quando uma juíza nova-iorquina negou essa possibilidade após ser acusado de sete acusações por abuso sexual e tentativa de violação.

Ao final desta primeira rodada de intervenções da promotoria e da defesa de Strauss-Kahn, o juiz ordenou um recesso para determinar se prosseguem com o caso nas próximas horas.

Acompanhe tudo sobre:EconomistasJustiçaPrisõesStrauss-Kahn

Mais de Mundo

'É engraçado que Biden não perdoou a si mesmo', diz Trump

Mais de 300 migrantes são detidos em 1º dia de operações sob mandato de Trump

Migrantes optam por pedir refúgio ao México após medidas drásticas de Trump

Guerra ou acordo comercial? Gestos de Trump indicam espaço para negociar com China, diz especialista