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Jurados começam a decidir sobre condenação de Trump nesta quarta

Serão avaliadas 34 acusações contra o ex-presidente, julgado em um tribunal de Nova York

Donald Trump enfrenta três ações criminais da Justiça americana (AFP/AFP Photo)

Donald Trump enfrenta três ações criminais da Justiça americana (AFP/AFP Photo)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 29 de maio de 2024 às 07h09.

Última atualização em 29 de maio de 2024 às 11h15.

O julgamento de Donald Trump começa sua etapa final nesta quarta-feira, 29. Com os depoimentos e argumentações concluídos na terça, o júri começará a deliberar para decidir se o ex-presidente é ou não culpado pelas acusações de fraude para pagar suborno a uma ex-atriz pornô. O processo pode levar ainda alguns dias ou semanas.

São 34 acusações contra o ex-presidente e atual candidato republicano[/grifar]. As acusações a Trump são puníveis com 16 meses a quatro anos de prisão. Entre as questões-chave a serem determinadas, caso o republicano seja condenado, está se ele enfrentará algum tipo de encarceramento, seja em uma instalação governamental ou em um local privado, ou uma experiência menos restritiva através da liberdade condicional.

O prefeito de Nova York, Eric Adams, disse este mês que o complexo prisional da Ilha de Rikers e o Departamento de Correções estavam preparados caso Trump fosse condenado a cumprir pena. Uma condenação não o desqualificaria de concorrer a um cargo ou servir como presidente, se eleito, disseram especialistas constitucionais.

Durante o julgamento, que começou em 15 de abril, os promotores do escritório do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, disseram que Trump registrou falsamente os pagamentos envolvendo Daniels como despesas legais e alegaram que foram despesas de campanha inadequadas.

O promotor Joshua Steinglass argumentou na terça-feira (28) que Trump concordou em reembolsar seu ex-advogado, Michael Cohen, pelo pagamento de US$ 130,000 (R$ 669,500) para comprar o silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels apenas alguns dias antes da eleição, porque temia o impacto sobre os eleitores caso ela tornasse o caso público.

Nesta terça, os argumentos que duraram seis horas e mantiveram os jurados no tribunal até as 20h, o promotor conectou depoimentos, telefonemas, e-mails, mensagens de texto e outros documentos para argumentar que o magnata do setor imobiliário falsificou 34 registros comerciais na Trump Organization. Ele disse que Trump deturpou o verdadeiro motivo pelo qual reembolsou Cohen - para esconder uma contribuição ilegal à campanha.

Trump, o provável candidato republicano para enfrentar o presidente Joe Biden em novembro, negou qualquer irregularidade.

‘Maior Mentiroso’

Steinglass passou horas refutando um argumento feito mais cedo na terça-feira pelo advogado de defesa Todd Blanche, que disse que os promotores não conseguiram provar que os registros eram falsos ou que o ex-presidente pretendia influenciar a eleição.

Blanche reservou seu vitupério mais contundente para Cohen, que os promotores usaram para fornecer o elo entre os registros e a intenção criminosa de Trump. Cohen, disse o advogado de defesa, era um ‘mentiroso em série’ que passou de amar Trump a odiá-lo e depois ganhou milhões de dólares com livros e podcasts criticando seu antigo chefe. Cohen foi condenado a três anos de prisão por uma variedade de crimes.

Blanche disse que Cohen agiu sozinho quando fez o pagamento a Daniels, tentando refutar o testemunho de Cohen de que Trump autorizou o acordo em cada etapa. Blanche disse ao júri que isso não era verdade e sugeriu que Cohen agiu por conta própria e depois mentiu sob juramento no tribunal.

Julgamento começou em abril

O julgamento de Donald Trump, que começou em abril de 2024, é um marco na história judicial dos Estados Unidos, sendo o primeiro julgamento criminal de um ex-presidente do país. A acusação central gira em torno de um pagamento de silêncio feito à atriz pornográfica Stormy Daniels em 2016, destinado a impedir que ela tornasse pública uma alegada relação sexual com Trump. Este pagamento foi realizado pouco antes da eleição presidencial, na qual Trump foi eleito, e está sendo interpretado como uma tentativa de influenciar o resultado eleitoral.

A investigação revelou que Trump teria reembolsado seu advogado pessoal, Michael Cohen, pelo pagamento de US$ 130.000 (R$ 669,500). Os promotores argumentam que esses reembolsos foram disfarçados como despesas legais, resultando em 34 acusações de falsificação de registros comerciais. A defesa de Trump tem se concentrado em desacreditar Cohen, chamando-o de mentiroso contumaz e argumentando que ele agiu sozinho ao fazer o pagamento a Daniels, sem o conhecimento ou autorização de Trump.

Este julgamento é apenas uma das várias batalhas legais que Trump enfrenta atualmente. Além do caso de Stormy Daniels, ele está envolvido em outras duas ações criminais: uma sobre seus esforços para reverter o resultado da eleição de 2020 e outra relacionada ao manuseio inadequado de documentos confidenciais encontrados em sua propriedade na Flórida. Nenhuma dessas outras ações foi ainda agendada para julgamento, mas todas têm o potencial de impactar significativamente sua candidatura à presidência nas próximas eleições.

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