Em discurso à nação transmitido pela rede de televisão egípcia, Tantawi, a máxima autoridade do país, disse que porá fim a esta medida de exceção (Egyptian TV)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 13h43.
Cairo - O chefe da Junta Militar egípcia, o marechal Hussein Tantawi, anunciou nesta terça-feira o fim do estado de emergência no Egito a partir desta quarta-feira, quando é celebrado o primeiro aniversário da revolução.
Em discurso à nação transmitido pela rede de televisão egípcia, Tantawi, a máxima autoridade do país, disse que porá fim a esta medida de exceção em todas as províncias do país, exceto em 'casos de violência', sem entrar em detalhes sobre este ponto.
A Lei de Emergência está vigente desde 1981, ano no qual o ex-presidente Anwar al-Sadat foi assassinado, e sua extinção foi uma das principais reivindicações dos ativistas após a revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak, em fevereiro do ano passado.
Tantawi, que comanda o Egito desde a renúncia de Mubarak, lembrou os mártires e os feridos nos protestos e afirmou que a cúpula militar compartilha as ideias da revolução.
'O povo e as Forças Armadas têm o mesmo objetivo: que o Egito se transforme em um país democrático e a nova Assembleia do Povo (Câmara Baixa) é o primeiro passo neste caminho', ressaltou.
Em seu discurso, afirmou que a Câmara, que foi inaugurada na segunda-feira, 'é fruto da revolução', já que é a primeira escolhida por 'livre vontade dos egípcios mediante eleições transparentes'.
'Confio que a Assembleia do Povo será um fórum livre para a democracia e uma fortaleza constitucional que represente o povo. Este Parlamento abrirá o caminho para mais reformas', acrescentou.
Tantawi também agradeceu a alta participação dos cidadãos nas recentes eleições legislativas, nas quais os partidos islâmicos prevaleceram, e o trabalho desempenhado pelos diferentes governos que dirigiram o país na etapa de transição.
O discurso do marechal acontece apenas um dia antes de o Egito celebrar dividido o primeiro aniversário da Revolução de 25 de Janeiro, já que muitos consideram que suas reivindicações não foram atendidas.