Coreia do Sul e Canadá também recolheram assinaturas para vetar a entrada de Blanc (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2014 às 14h43.
Ninguém quer a presença do autodenominado "artista da sedução" Julien Blanc. Depois do Brasil, o Reino Unido promove abaixo-assinados contra a concessão de visto ao suíço que já foi expulso da Austrália.
A secretária do Interior do Reino Unido, Lynne Featherstone, pediu ao governo que não conceda o visto a Blanc, acusado de promover um "discurso sexista odioso".
Um abaixo-assinado no site change.org conseguiu reunir 120.000 assinaturas para impedir sua entrada no país, prevista para 21 de novembro, quando daria uma palestra.
No Brasil, após intensa mobilização nas redes sociais e uma ampla reunião de assinaturas contra a vinda de Blanc, o Itamaraty informou, na última quinta-feira, que embaixadas e consulados do país no exterior foram instruídos a negar um eventual pedido de visto.
Coreia do Sul e Canadá também recolheram assinaturas para vetar a entrada de Blanc.
Julien Blanc organiza seminários por todo o mundo nos quais cobra 1.600 dólares por pessoa para "ensinar" aos homens técnicas para que as mulheres lhes "supliquem" para que transem com elas, e faz apologia da violência para conseguir sexo.
O vídeo de uma de suas conferências, onde explica que para um "homem branco" é fácil ir para cama com japonesas, se tornou viral na internet e gerou críticas no mundo todo. No vídeo, Blanc aparece segurando jovens japonesas pelo pescoço e empurrando suas cabeças contra sua virilha.
Os protestos após a divulgação das imagens fez com que a Austrália cancelasse o seu visto, obrigando Blanc a deixar o país.
O Canadá também cogita impedir a entrada de Blanc, que, segundo o site de sua empresa, "estudou em uma prestigiada universidade da Suíça" antes de se mudar para Los Angeles.
"Estou consternada com o discurso sexista odioso de Julien Blanc em relação às mulheres. Estou convencida de que os casos de estupro e de abuso sexual aumentarão no Reino Unido caso seu seminário seja permitido", afirmou Featherstone ao jornal The Guardian, pedindo que a ministra do Interior, Theresa May, intervenha.