Entre os presos que devem ser executados estão alguns líderes da Irmandade Muçulmana, o partido que chegou ao poder com a rebelião pró-democracia em 2011 (Amr Abdallah Dalash/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 30 de julho de 2018 às 12h09.
Um tribunal egípcio condenou à morte 75 dos mais de 700 detidos durante protestos contra a deposição do presidente Mohamed Morsi, em 2013.
Entre os que devem ser executados estão alguns líderes da Irmandade Muçulmana, o partido islâmico que chegou ao poder com a rebelião pró-democracia em 2011, mas que dois anos depois foi posto fora da lei.
O general Abdel Fatah al-Sissi era o ministro da Defesa do presidente derrubado e assumiu o lugar dele, com a bênção do ocidente e dos ricos países árabes do Golfo, principalmente a Arábia Saudita.
A Anistia Internacional descreveu o julgamento em massa como "uma paródia de Justiça", acrescentando que "a integridade do Egito e o seu inteiro sistema de Justiça estão comprometidos".
Na semana passada, os Estados Unidos liberaram US$ 195 milhões para ajudar os militares egípcios. O dinheiro estava retido pelo Departamento de Estado americano por denúncias de violação de direitos humanos no Egito.
No vizinho e aliado Israel, a palestina Ahed al-Tamimi, de 17 anos, que deu tapas em dois soldados israelenses, e conquistou a imprensa mundial, ganhou a liberdade, depois de oito meses presa.
Ao entrar em sua cidade na Cisjordânia, Nabi Saleh, com 500 habitantes, Ahed al-Tamimi foi recebida como heroína. Agora símbolo dos protestos palestinos, sua foto ilustra as capas dos jornais árabes do Oriente Médio.
No alpendre de sua casa, ela contou ontem (29) à imprensa que sabia que seria presa por ter escolhido o caminho de oposição à ocupação israelense.