Espanha: manifestantes protestam contra o julgamento dos líderes líderes independentistas da Catalunha (Albert Gea/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 11h29.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2019 às 11h29.
Madri — O julgamento contra 12 líderes separatistas da Catalunha por participação no processo independentista da região em 2017 começou nesta terça-feira no Tribunal Supremo da Espanha, precedido por interrupções no trânsito e protestos em Barcelona por parte dos grupos independentistas radicais.
Enquanto os acusados eram transferidos da prisão para o tribunal, os autodenominados Comitês de Defesa da República (CDR) interromperam o trânsito com barricadas com pneus incendiados na estrada AP 7, que percorre a Catalunha, em pontos das províncias de Girona e Barcelona.
Segundo informaram fontes oficiais, os CDR também bloquearam a Grande Via de Barcelona, o que provocou grandes retenções na entrada da cidade, enquanto a Guarda Urbana de Barcelona também informou sobre problemas de trânsito em uma das principais artérias da cidade devido a uma concentração de pessoas.
Os nove acusados que estão em prisão provisória, entre eles o ex-vice-presidente do governo catalão Oriol Junqueras, chegaram no início da manhã ao tribunal, procedentes de duas prisões próximas a Madri, para onde foram transferidos há poucos dias das prisões da Catalunha onde estavam detidos.
Além disso, outros três ex-conselheiros que serão julgados a partir de hoje estão em liberdade provisória.
Todos eles são acusados de participar de maneira ativa na realização de um referendo considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional da Espanha sobre a secessão da região da Catalunha em 1º de outubro de 2017 e da declaração unilateral de independência aprovada pelo parlamento catalão no dia 27 daquele mesmo mês.
Como resposta ao processo independentista, o governo espanhol destituiu imediatamente o governo regional catalão, assumiu suas competências e convocou novas eleições regionais, enquanto a Justiça abriu uma ação para dirimir responsabilidades por causa da denúncia apresentada pelo Ministério Público.
O julgamento começou hoje às 10h locais (7h em Brasília) e está previsto que se prolongue por cerca de três meses.
Os sete juízes que fazem parte do tribunal terão que decidir se nos fatos que estão sendo julgados houve violência ou não, e, portanto, os acusados teriam cometido um crime de rebelião, que pode render penas de até 25 anos, ou de insurreição, que prevê um período menor de prisão.
O processo será acompanhado por mais de 600 jornalistas de mais de 170 veículos de imprensa nacionais e internacionais e, além disso, com o objetivo de dar o máximo de transparência, as sessões poderão ser acompanhadas pela televisão e por "streaming" na internet.