Nações Unidas - A Rússia se pronunciou nesta sexta-feira contra quaisquer tentativas de prejulgar a investigação sobre o que derrubou o avião da Malásia no leste da Ucrânia com 298 pessoas a bordo, e levantou dúvidas sobre o papel das autoridades da aviação ucraniana.
Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que começou com um minuto de silêncio dos embaixadores, o representante russo na ONU, Vitaly Churkin, pediu uma “investigação imparcial e aberta sobre o que aconteceu” na quinta-feira.
Dos 298 a bordo do voo da Malaysia Airlines de Amsterdã a Kuala Lumpur, a ONU afirma que 80 eram crianças. Embaixadores da maioria dos 11 países que perderam cidadãos no incidente relataram ao conselho o choque e a descrença de seus Estados.
Churkin perguntou: "Por que o expedidor da aviação ucraniana enviou um avião de passageiros a uma área de conflitos militares? Uma área que estava sendo usada para a condução de ataques contra alvos civis... e onde havia sistemas antiaéreos funcionando?”
"A lei internacional prevê a possibilidade de um fechamento pontual, por parte do Estado, de áreas perigosas para voo. Parece haver necessidade não somente de uma investigação do desastre, mas de até que ponto as autoridades ucranianas levaram a cabo suas obrigações”, afirmou.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou de insuflar a revolta pró-Rússia que ameaça dividir a ex-república soviética de 46 milhões de pessoas.
A Rússia negou ter orquestrado o levante e diz que as tentativas ucranianas de encerrá-lo com o uso de força militar estão piorando a situação.
A embaixadora do Estados Unidos na ONU, Samantha Power, declarou ao Conselho de Segurança que o avião malaio “provavelmente foi abatido por um míssil terra-ar, um SA-11, operado de uma localidade em poder dos separatistas no leste da Ucrânia”.
Power disse ser improvável que os rebeldes pudessem ter utilizado o sistema de mísseis efetivamente sem ajuda de pessoal especializado.
“Por isso, não podemos descartar a assistência técnica de funcionários russos”, afirmou. “Os ucranianos de fato têm sistemas SA-1 ... entretanto, não temos ciência de qualquer sistema SAM ucraniano na área da queda”.
Churkin rejeitou qualquer pressão para realizar um inquérito “tentando prejulgar seu resultado com declarações abrangentes e insinuações injustificadas em uma situação tão difícil”.
Já o embaixador ucraniano na ONU, Yuriy Sergeyev, declarou ao conselho: “Esta tragédia não teria sido possível se a Rússia não apoiasse os terroristas e não fornecesse sistemas de mísseis antiaéreos sofisticados... para terroristas”.
“Este incidente horripilante deve, no mínimo, levar a um esforço sério e contínuo para encerrar os combates na Ucrânia”, disse um porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
-
1. Assassinatos em pleno voo
zoom_out_map
1/13 (Yaron Mofaz/Reuters)
São Paulo - O governo dos EUA já anunciou que há evidências que apontam que os insurgentes ucranianos pró-Rússia foram os responsáveis por
abater o voo MH17 da Malaysia Airlines ontem (17), na
Ucrânia. Um míssil atingiu a aeronave, que explodiu no ar. Os moradores da região, chocados, falaram em
"chuva de corpos". As 298 pessoas a bordo morreram na tragédia, tornando-a a mais mortal do tipo na história. Conheça a seguir outros 11 casos de aviões civis que foram brutalmente abatidos em pleno voo.
-
2. Voo da Cathay Pacific
zoom_out_map
2/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 23 de julho de 1954 Um Douglas DC-4 da Cathay Pacific voava de Bangkok para Hong Kong quando foi abatido por caças chineses, na região das ilhas Hainan. 10 das 19 pessoas a bordo morreram.
-
3. Voo 402
zoom_out_map
3/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 27 de julho de 1955 O voo 402, um voo comercial entre Viena e Tel Aviv e que deveria passar por Istambul, entrou no espaço aéreo da Bulgária. Foi interceptado por dois caças búlgaros, que abateram o avião na região de Petrich. As 58 pessoas a bordo morreram.
-
4. Libyan Arab Airlines 114
zoom_out_map
4/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 21 de fevereiro de 1973 O voo 114 da Lybian Arab Airlines voava de Trípoli para o Cairo. Por causa de uma tempestade de areia e um malfuncionamento de equipamentos, o avião perdeu altitude, mudou sua rota e acabou entrando em espaço aéreo israelense. Dois jatos israleneses Phantom, pensando que se tratava de um MIG do Egito, abatarem a aeronave. Os destroços caíram no deserto do Sinai. 108 pessoas morreram e apenas 5 sobreviveram.
-
5. Voo 902 da Korean Air
zoom_out_map
5/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 20 de abril de 1978 O voo 902 da Korean Air fazia um voo entre Paris e Seul quando foi derrubado na região de Murmansk, na União Soviética. Caças soviéticos atingiram a aeonave quando ela entrou no espaço aéreo restrito. O piloto conseguiu fazer um pouso de emergência. Duas pessoas morreram e 107 sobreviveram.
-
6. Voo 825 da Air Rhodesia
zoom_out_map
6/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 3 de setembro de 1978 O voo 825 da Air Rhodesia, que fazia o trajeto Kariba-Salisbury, foi atingido por mísseis de insurgentes do Zimbábue, que tinham criado o exército Zipra. Na queda, 38 das 56 pessoas a bordo morreram. No solo, os insurgentes foram até o local do acidente e, com armas de fogo, mataram mais dez pessoas que tinham sobrevivido à queda. Oito pessoas conseguiram escapar do massacre.
-
7. Voo 827 da Air Rhodesia
zoom_out_map
7/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 12 de fevereiro de 1979 A tragégia com o voo 825 se repetiu meses depois. Outro voo fazia o trajeto Kariba-Salisbury. Os insurgentes do Zimbábue conseguiram derrubá-lo com mísseis Strela 2. Dessa vez, os 59 passageiros morreram.
-
8. Voo 780
zoom_out_map
8/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 27 de junho de 1980 Um voo do Itavia Airlines deveria fazer o trajeto entre Bolonha e Palermo, na Itália. Mas ele nunca chegou ao destino. Destroços foram encontrados no Mar Tirreno e os 81 passageiros morreram. Até hoje não se sabe como ele foi abatido. Primeiro, se pensou que uma bomba explodira dentro do avião. Depois, a controvérsia ficou entre jatos de guerra da OTAN e MIGs da Líbia. Mas nunca se descobriu os verdadeiros responsáveis.
-
9. Voo 007 da Korean Airlines
zoom_out_map
9/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 1º de setembro de 1983 O voo 007 da Korean Airlines saiu de Nova York, com destino a Seul. Ele deveria parar em Anchorage, no Alasca. Lá, dois caças soviéticos interceptaram o avião e ordenaram uma mudança de rota. Quando o pedido não foi atendido, um míssil explodiu o avião, que caiu no Mar do Japão e matou 269 pessoas.
-
10. Voo 655 da Iran Air
zoom_out_map
10/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 3 de julho de 1988 O voo 665 da Iran Air voava para Dubai pelo Golfo Pérsico. Na região, um cruzador da Marinha americana lançou mísseis contra a aeronave, matando 290 passageiros. O governo dos EUA disse que o voo fora confundido com um caça de guerra iraniano.
-
11. Voo 602
zoom_out_map
11/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 29 de setembro de 1998 O voo 602 da Lionair fazia um trajeto entre Tâmil e Colombo, no Sri Lanka. Mas ele desapareceu com 55 pessoas a bordo. 14 anos depois, em 2012, os destroços foram encontrados. As investigações iniciais mostraram que ele fora abatido por baterias anti-aéreas de rebeldes tâmil.
-
12. Voo 1812 da Siberia Airlines
zoom_out_map
12/13 (Wikimedia Commons)
Quando: 4 de outubro de 2001 Um voo da Siberia Airlines vindo de Tel Aviv deveria pousar em Novosibirsk, na região do Mar Negro. Mas o avião caiu e os 78 passageiros morreram. Até hoje, não se sabe quem derrubou o avião, mas as maiores suspeitas recaem sobre o governo da Ucrânia. O próprio já disse que, provavelmente, um "míssil errante" atingiu a aeronave.
-
13. Agora conheça histórias de aviões que desapareceram
zoom_out_map
13/13 (SXC.Hu)