Mundo

Julgamento de Donald Trump no Senado começa hoje; o que esperar?

O processo de impeachment de Donald Trump chega ao Senado dos Estados Unidos, de maioria republicana. Veja o que esperar desse julgamento

Donald Trump: julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos começa hoje no Senado (Eva Marie Uzcategui/File Photo/Reuters)

Donald Trump: julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos começa hoje no Senado (Eva Marie Uzcategui/File Photo/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 11h09.

O julgamento de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Senado, começa nesta terça-feira (21), em um raro uso desse mecanismo constitucional para destituir um presidente. E um dos seus resultados mais imediatos é o aprofundamento da polarização dos eleitores dos EUA meses antes das eleições presidenciais de novembro.

Os democratas pediram ao Senado para destituir o presidente republicano do cargo, descrevendo-o como um perigo para a democracia americana e a segurança nacional. Trump e seus advogados criticam o processo de impeachment, alegando que o presidente não fez nada errado e que os democratas estão tentando impedi-lo de ser reeleito.

O julgamento será televisionado e terá os argumentos de abertura no Senado, casa que é controlada pelos republicanos, ainda nesta semana. Votações sobre o trâmite do julgamento devem ocorrer ainda nesta terça-feira. Isso incluiria decidir se o Senado deve considerar intimar para testemunhas, como o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton.

Os 100 membros do Senado precisam decidir se condenarão Trump por acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso decorrentes de negociação com a Ucrânia, disposições aprovadas pela Câmara dos Deputados, que é controlada pelos democratas, em 18 de dezembro de 2019.

"Se o Senado permitir que o presidente Trump permaneça no cargo, ele e os futuros líderes serão encorajados a saudar, e até recrutar, interferência estrangeira nas eleições nos próximos anos", escreveram os democratas em um documento sobre o julgamento no fim de semana.

A equipe jurídica de Trump, em entrevista na segunda-feira, acusou os democratas de usar o impeachment como uma "ferramenta partidária em ano eleitoral", e disse que o Senado deveria agir rapidamente para absolvê-lo.

ABSOLVIÇÃO QUASE CERTA

O julgamento de um presidente dos Estados Unidos deveria ser um momento carregado de drama e com enorme risco político. Mas os mercados têm demonstrado desdém, e as revelações da investigação de impeachment de meses até agora fizeram pouco para aumentar o sentimento anti-Trump entre os eleitores indecisos ou afastar os eleitores republicanos moderados.

Trump tem buscado reunir sua base com a questão do impeachment, levantando recursos e se colocando como vítima de uma caça às bruxas.

O processo deve começar por volta da 15h (horário de Brasília) e o julgamento deve continuar seis dias por semana, de segunda a sábado, até o final de janeiro. Os argumentos de abertura podem durar quatro dias e se estender até a noite, com os deputados democratas argumentando contra Trump e a equipe jurídica do presidente respondendo.

Este é apenas o terceiro julgamento de impeachment na história dos EUA. Nenhum presidente foi destituído por impeachment, um mecanismo que os fundadores da nação --preocupados com um monarca em solo americano-- planejaram para expulsar um presidente por "traição, suborno ou outros crimes e contravenções graves".

É preciso uma maioria de dois terços necessária no Senado para remover Trump do cargo, mas a expectativa é a de que ele seja absolvido por seus correligionários republicanos, que são maioria na casa. No entanto, o impacto do julgamento em sua candidatura à reeleição está longe de ser claro.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)ImpeachmentPartido Democrata (EUA)Partido Republicano (EUA)

Mais de Mundo

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal